Por Hallie Gu e Dominique Patton
PEQUIM (Reuters) – A China importou mais de 1 milhão de toneladas de milho em setembro, mostraram dados alfandegários nesta sexta-feira, levando os embarques dos primeiros nove meses do ano para um patamar histórico e perto de seu volume de cota anual de baixa tarifa.
O país tem comprado grandes volumes de milho para aliviar a pressão da oferta restrita, que fez os preços atingirem máximas recordes neste ano, alimentando as preocupações com a segurança alimentar na nação mais populosa do mundo. [nL4N2FL251]
O segundo maior consumidor de milho do mundo estabelece uma cota tarifária anual (TRQ) de 7,2 milhões de toneladas para as importações de milho a cada ano, mas nunca antes usou toda a cota. Já importou 6,7 milhões de toneladas do grão neste ano.
Seu recorde anterior era de 5,2 milhões de toneladas em 2012.
Espera-se que Pequim emita mais cotas de importação e compre milhões de toneladas adicionais de milho no ano de comercialização da nova safra, disseram três fontes da indústria à Reuters.
A alta nos preços do milho também impulsionou as importações da China de outros grãos para ração, como o sorgo, dos quais 3,5 milhões de toneladas foram importadas nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 462,8% em relação ao ano anterior.
As importações de cevada voltaram aos níveis atingidos no ano anterior, mesmo com as pesadas tarifas impostas às cargas da Austrália, tradicionalmente o principal fornecedor do grão para a China, efetivamente interrompendo o comércio. [nL4N2D02Y5]
“A China vai importar muito mais grãos como cevada, sorgo e milho no novo ano de comercialização, já que os preços domésticos (do milho) permanecerão altos”, disse Xie Jinjiang, analista do site de comércio Myagric.com.
“Mas eu acho que quando se trata de cevada e sorgo, as importações não ultrapassarão os recordes históricos, pois esses grãos já estão ficando mais caros e acabarão perdendo sua vantagem para substituir o milho”, disse Xie.
A tabela a seguir mostra o detalhamento das importações de milho e de outros grandes grãos e produtos agrícolas, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas.
Os dados não revelam as origens.
Setembro mudança % ante ano mudança %
2020(tonel ano anterior (toneladas) ante ano
adas anterior
milho 1,08 mi 675,1% 6,67 mi 72,5%
trigo 1,07 mi 584,5% 6,06 mi 168,1%
cevada 1,34 mi 57,1% 4,64 mi 0,9%
sorgo 570.000 356,1% 3,5 mi 462,8%
porco 380.000 121,6% 3,29 mi 132,2%
açúcar 540.000 29,1% 2,77 mi 15,9%