BUENOS AIRES (Reuters) – As chuvas que voltaram a ser registradas nas últimas semanas na Argentina seguem mantendo boas condições para o avanço dos plantios de soja e milho no país, após uma seca que se prolongou por meses, disse nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC).

A situação favorável ocorre depois que importantes zonas rurais do país –um dos maiores exportadores de grãos do mundo– foram afetadas pelo tempo seco entre maio e outubro, o que gerou temores quanto à semeadura de soja e milho.

As chuvas recentes “melhoram a oferta hídrica no centro-norte do país. As melhorias na condição hídrica não apenas impulsionam a semeadura da primeira parcela do cultivo de soja, como também promovem o início dos trabalhos da soja de segunda”, disse a BdeC.

Segundo o relatório semanal de cultivos da BdeC, até quarta-feira os produtores haviam semeado 48,2% dos 17,2 milhões de hectares previstos para a soja, e 35% dos 6,3 milhões de hectares projetados para o milho.

“As áreas mais avançadas (de milho) passam pelo período crítico de definição de rendimento com reservas hídricas renovadas”, destacou a bolsa.

Em relação ao trigo 2020/21, a BdeC disse que pode reduzir sua estimativa para a produção do cereal, atualmente em 16,8 milhões de toneladas, se no curto prazo não houver chuvas no sul de Buenos Aires, uma importante região de cultivo.

Segundo a entidade, os agricultores argentinos já colheram 39,9% dos 6,5 milhões de hectares semeados com trigo.

(Reportagem de Hugh Bronstein e Maximilian Heath)