Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) – As empresas agroexportadoras da Argentina deverão processar cerca de 38 milhões de toneladas de soja em 2020, queda de 9,5% em relação ao ano passado, devido a um recuo nas margens, fator que torna mais difícil melhorar os preços pagos aos agricultores, disse o presidente da câmara de exportadores e processadores de grãos CIARA-CEC nesta terça-feira.
A Argentina é a maior exportadora de óleo e farelo de soja do mundo. Os embarques dos derivados da oleaginosa são uma das principais fontes de divisas do país, que na semana passada endureceu o acesso ao mercado de câmbio, visando proteger suas reservas.
A indústria foi afetada negativamente pela “alta carga tributária, o menor fluxo de grãos e a volatilidade presente no mercado cambial”, afirmou à Reuters o chefe da CIARA-CEC, Gustavo Idígoras.
“A menor rentabilidade dificulta a possibilidade de melhorar os preços pagos aos produtores”, acrescentou Idígoras, que indicou que atualmente o setor apresenta uma capacidade ociosa de 50%.
O Ministério da Agricultura argentino indicou na segunda-feira que o volume processado da oleaginosa no país em agosto recuou 20,6% na comparação anual, para 3,3 milhões de toneladas.
No ano passado, as exportações de farelo e óleo de soja da Argentina atingiram receitas de 12,246 bilhões de dólares, segundo dados oficiais.
A Argentina produziu 49 milhões de toneladas de soja na temporada 2019/20, encerrada em julho, ante 55,3 milhões de toneladas colhidas na safra anterior.
No início deste mês, a Bolsa de Comércio de Rosario estimou a safra 2020/21 de soja da Argentina –cujo plantio terá início em outubro– em cerca de 50 milhões de toneladas.