“Antes, vivíamos com meio salário-mínimo. Hoje, nossa renda multiplicou e conseguimos conquistar uma vida mais digna. Esse prêmio é um orgulho enorme. Agradeço a Deus e a todos que nos ajudaram a chegar até aqui”. Com essas palavras emocionadas, Leandra Aparecida Lourenço, vencedora da categoria “Inclusão Social” do Prêmio Orgulho da Terra 2024, resumiu a trajetória que transformou a realidade de sua família em General Carneiro.
Com apenas 2,7 hectares arrendados do sogro, Leandra, seu esposo Vilso e os filhos Vitor e Vitória saíram de uma condição de subsistência para se tornarem referência em produção sustentável e inclusão social. O apoio do Programa Nossa Gente Paraná, do governo estadual, aliado à orientação técnica do IDR-PR por meio do técnico Anderson Martendal, foi fundamental para impulsionar a propriedade e multiplicar a renda da família.
Superação e determinação
No início, a realidade era desafiadora. Vilso trabalhava em empreitadas cortando lenha, enquanto Leandra cuidava dos filhos e do pequeno sítio. A virada começou com o projeto de instalação de uma estufa de 230 m² para cultivo de hortaliças, que logo foi ampliada para 800 m², além de uma área adicional de 605 m² para a produção de amoras. Hoje eles têm um trator e um tratorito, que auxilia e acelera o trabalho nas estufas.
Com o auxílio técnico, a família adotou o Sistema de Plantio Direto em Hortaliças (SPDH), um método conservacionista que protege o solo e aumenta a produtividade. Hoje a propriedade é autossustentável, com cultivos diversificados que incluem milho, feijão, erva-mate, alho (da qual é guardiã da produção) e PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais). A produção é comercializada em feiras livres, supermercados locais e diretamente aos consumidores, agregando valor e garantindo a qualidade dos alimentos. Quando vão à feira, já saem do sítio com encomendas dos clientes, feitas pelo Whats App.
Leandra, que arregaçou as mangas, estudou e investiu na propriedade (em apenas oito meses, elevou a renda de meio salário mínimo per-capita na família para um salário por pessoa), também lidera uma associação local de mulheres, reforçando seu papel como exemplo de inclusão social e empoderamento feminino na região.
Reconhecimento e impacto
O técnico Anderson Martendal, que acompanhou a evolução da família Dobinski, destacou o esforço e a determinação dos produtores. “Eles começaram de forma muito humilde, mas com muita garra. Hoje, são referência em SPDH e já estão ampliando a produção. É gratificante ver como a família cresceu, social e financeiramente”, disse o técnico, que disse que o IDR-PR chegou até a família através do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município.
Além da estufa, a família implementou práticas de manejo sustentável e está investindo no plantio de 500 pés de maçã e na conservação de cultivares de PANCs (propriedade possui um banco de germoplasma de cultivares de PANCs), cedidas pela Embrapa. A propriedade também é exemplo de saneamento rural (implantado com ajuda do IDR-PR), com projetos de drenagem e uma estrutura adequada para o manejo dos recursos hídricos.
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Vilso Dobinski ressaltou a transformação em sua vida: “Agora, nossos produtos fresquinhos chegam à mesa dos consumidores. Valorizamos muito a qualidade e trabalhamos para melhorar cada dia mais”.
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Prêmio Orgulho da Terra
O Prêmio Orgulho da Terra é uma iniciativa do Grupo Ric, por meio da plataforma RIC Rural, com a co-realização do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e do Sistema Ocepar, entidade que representa as cooperativas paranaenses. O prêmio ainda tem a apresentação da Coamo, patrocínio do Banco do Brasil, C.Vale e Embio, e apoio da Alpha Fish, Globoaves e Hotel Petras.
Com 19 categorias, o prêmio reconhece produtores rurais que fazem a diferença no agro paranaense, incentivando práticas sustentáveis, inovação e fortalecimento da economia rural.
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