Por Maximilian Heath e Hugh Bronstein

BUENOS AIRES (Reuters) – A atividade de diversos portos e unidades de processamento de grãos da Argentina, uma importante fornecedora global de alimentos, foi paralisada nesta terça-feira por uma greve conjunta de dois sindicatos vinculados ao setor agroexportador, disseram uma fonte do segmento portuário e um sindicalista.

O sindicato de recebedores de grãos Urgara e a Federação de Trabalhadores do Complexo Industrial Oleaginoso iniciaram a medida de força, válida por tempo indeterminado, às 6h (horário local), em busca de melhorias salariais após semanas de negociações com empresas do setor.

No polo agropecuário localizado a norte da cidade de Rosario –na província de Santa Fe–, de onde partem cerca de 80% das exportações do setor agrícola e agroindustrial argentino, a greve afetava alguns poucos terminais devido à forte presença de outros sindicatos do setor na região.

Uma fonte do setor portuário disse que a norte de Rosario a medida impedia as atividades da cooperativa local ACA, e um relatório da empresa de logística portuária AgroEntregas apontou que a ADM também enfrentava dificuldades para operar na região.

Portos localizados a sul de Rosario também sofriam os efeitos da medida de força, disse a fonte.

Segundo a Bolsa de Comércio de Rosario (BCR), nesta terça-feira a chegada de caminhões aos terminais de Rosario, onde muitos portos também possuem suas unidades de esmagamento, recuou 45% na comparação semanal, para 1.306 veículos.

“Estamos pedindo aos líderes dos sindicatos que voltem à mesa (de diálogo) para haver uma negociação real baseada nas taxas reais de inflação da Argentina”, disse à Reuters o presidente da câmara de exportadores e processadores de grãos CIARA-CEC, Gustavo Idígoras.

O secretário adjunto de imprensa do Urgara, Juan Carlos Peralta, disse que os embarques também estavam interrompidos nos portos de Quequén e Bahía Blanca.

Um porta-voz da Federação de Oleaginosas afirmou que a adesão à medida era “praticamente total” nas unidades de processamento da Argentina, excetuando as do polo ao norte de Rosario, onde os trabalhadores estão filiados a outro sindicato.