BUENOS AIRES (Reuters) – O sindicato de trabalhadores do setor de oleaginosas da Argentina disse que iniciará uma greve de 24 horas na tarde desta segunda-feira, afetando o principal centro exportador do país, por reivindicações de reajustes salariais após vários dias de tentativas frustradas de se chegar a um acordo.

No início de outubro, os trabalhadores do setor abandonaram seus postos no porto da cidade de Rosario pelo que consideram ser baixos salários, mas retomaram as atividades após o Ministério do Trabalho argentino pedir para que eles desistissem da manifestação. As negociações contratuais posteriores entre os trabalhadores e as empresas exportadoras ainda não resultaram em um acordo.

“As empresas continuam com propostas inaceitáveis”, disse em comunicado o sindicato, conhecido pela sigla em espanhol Soea.

Um embate mais prolongado poderia desacelerar os embarques do maior exportador global de farelo de soja.

“A indústria não pode aceitar esta greve, principalmente enquanto ainda estamos na mesa de negociações com o Soea, sofrendo com as consequências econômicas da pandemia de Covid-19 e com os altos custos associados aos níveis de água abaixo do normal no rio Paraná”, disse Gustavo Idigoras, presidente da câmara de empresas exportadoras e processadoras de soja da Argentina, a Ciara-CEC.

As greves são comuns na Argentina, onde há dificuldades nas negociações salariais devido à alta taxa de inflação que afeta o país.

(Reportagem de Hugh Bronstein)