Por Hugh Bronstein

BUENOS AIRES (Reuters) – Inspetores de grãos e trabalhadores do setor de oleaginosas da Argentina iniciaram uma nova greve por questões salariais nesta quarta-feira, informaram os organizadores em um comunicado conjunto, em momento em que a paralisação nas negociações contratuais ameaça interromper as exportações de um dos principais fornecedores de alimentos do mundo.

A Argentina, grande exportadora de milho, soja e trigo, está sujeita às paralisações trabalhistas, com empregadores sendo pressionados a aumentar os salários em ritmo maior que o da alta taxa de inflação do país.

“Dada a persistente falta de vontade por parte das empresas exportadoras de chegar a um acordo salarial, a luta continua”, disse um comunicado da federação de trabalhadores da indústria de oleaginosas do país.

Gustavo Idigoras, presidente da câmara de exportadores CIARA-CEC, afirmou que as organizações trabalhistas estão pedindo aumentos salariais excessivos.

“Nós seguimos em conflito”, disse ele à Reuters. “Reiteramos que é necessário chegar a um acordo mútuo, mas precisamos que os sindicatos mudem seus pedidos e aceitem que os aumentos salariais precisam seguir o nível da inflação no ano”, acrescentou.

O sindicato Urgara, que representa trabalhadores que atuam na inspeção de grãos nos portos, também divulgou um comunicado anunciando a greve.

“Inicialmente, a greve durará 24 horas. Depois avaliaremos a extensão por mais 24 horas”, disse.