Por Tom Polansek
CHICAGO (Reuters) – Um movimento de compras chinesas empurrou os contratos futuros da soja negociados em Chicago para os maiores preços em mais de dois anos nesta quinta-feira, enquanto os vencimentos de milho e trigo despencaram.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) confirmou que exportadores privados venderam 132 mil toneladas de soja norte-americana para a China e outras 318 mil toneladas para destinos desconhecidos, todos para entrega no ano comercial 2020/21, que começou em 1º de setembro.
Na véspera, traders disseram à Reuters que empresas estatais chinesas compraram pelo menos 480 mil toneladas da oleaginosa para embarque em dezembro e janeiro.
A China, maior importador mundial de soja, tem procurado combater o temor em relação a segurança alimentar. Foi o maior comprador de soja, milho, trigo e carne suína dos EUA na semana encerrada em 27 de agosto, segundo dados do USDA.
“A China declarou que não há escassez de alimentos no país, mas continua importando grandes volumes de todas as commodities”, disse Karl Setzer, analista de risco de commodities da AgriVisor.
O contrato mais ativo da soja fechou em alta de 4 centavos de dólar, a 9,66 dólares por bushel, depois de ter atingido o valor mais alto desde junho de 2018, em 9,6825 dólares por bushel.
O milho recuou 5 centavos, a 3,5375 dólares o bushel, enquanto o trigo registrou baixa de 5 centavos, a 5,5325 dólares o bushel.
Os mercados de trigo foram apoiados recentemente por um forte aumento nos preços de exportação do cereal da Rússia, que se estabilizou nesta quinta-feira.
Traders esperam que o USDA atualize suas previsões de colheita de milho e soja nos EUA em relatório mensal de oferta e demanda que será publicado no dia 11 de setembro, depois que a seca atingiu as safras do Meio-Oeste e uma tempestade de vento destruiu os campos de Iowa no mês passado.
(Reportagem de Tom Polansek em Chicago, Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)