PARIS (Reuters) – O acordo da Louis Dreyfus Company (LDC) para vender uma grande fatia da empresa ao fundo de investimentos ADQ, de Abu Dhabi, deve melhorar rapidamente a posição financeira da trading, disse a S&P Global após publicar sua primera nota de crédito para a companhia.

A LDC anunciou na quarta-feira um acordo para vender uma participação de 45% para a estatal ADQ, no primeiro investimento externo na trading de controle familiar, fundada há 169 anos.

A S&P, que deu à LDC uma nota de longo prazo “BBB-” com perspectiva positiva, disse que a operação “teria implicações financeiras positivas imediatas para a LDC”. A transação deverá ser concluída até meados de 2021.

O preço do acordo não foi revelado, mas a LDC afirmou que pelo menos 800 milhões de dólares irão para o repagamento de um empréstimo de 1 bilhão de dólares obtido pela LDC para o resgate da sucroalcooleira brasileira Biosev.

Os rendimentos da operação com a ADQ também devem significar que a maior acionista da LDC, Margarita Louis-Dreyfus, não precisará mais excluir dividendos extraordinários, acrescentou a S&P.

A agência de classificação de riscos projetou que o índice ajustado de endividamento da LDC deve recuar para cerca de 2,5 vezes nos meses subsequentes ao fechamento da transação, contra 3,5 nos 12 meses encerrados em junho.

A perspectiva positiva apontada pela S&P reflete ainda a forte performance operacional da LDC neste ano, impulsionada pelos negócios com oleaginosas em mercados emergentes, e um plano de poupança do grupo, acrescentou a agência.

(Reportagem de Gus Trompiz)