A decisão dos Estados Unidos em aplicar taxação de 50% nas exportações brasileiras tem provocado impactos no setor florestal. Associações do segmento têm emitido comunicados com pedidos ao Governo Federal para que “medidas urgentes” sejam tomadas para reverter o cenário.

Compensados são um dos principais produtos exportados pelo setor florestal do Paraná aos EUA
APRE pede que Governo Federal não retalie tarifas dos EUA e busque acordo. (Foto: Divulgação/APRE)

Recentemente, duas indústrias do setor florestal no Paraná anunciaram férias coletivas para parte dos funcionários. A Millpar tem sede nos municípios de Guarapuava e Quedas do Iguaçu e anunciou que dos 1.109 colaboradores, 640 foram estão nesse regime.

Já a BrasPine, com sede em Jaguariúva e Telêmaco Borba, dispensou para férias coletivas cerca de 1,5 mil funcionários dos 2,5 mil da empresa.

De acordo com a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “praticamente inviabiliza os nossos negócios e, como consequência, milhares de empregos e famílias estão ameaçados”.

Setor florestal brasileiro é dependente dos Estados Unidos

Tora de madeira
Duas empresas do Paraná já anunciaram férias coletivas aos colaboradores. (Foto: Imagem Ilustrativa/Pixabay)

De acordo com dados da APRE, os Estados Unidos são o maior importador de serrado de pinus do Brasil (37,15%), e o segundo maior importador do Paraná do mesmo produto (30,79%).

Além disso, entre os produtos do agronegócio mais vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos, o setor florestal lidera em receitas com US$ 3,7 bilhões, seguido de cafés (US$ 2 bilhões), carnes (US$ 1,4 bilhão), sucos (US$ 1,1 bilhão) e complexo sucroalcooleiro (US$ 791 milhões).

Em 2024, somente os três estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, responderam por 86,5% das exportações brasileiras de produtos de madeira para os Estados Unidos, totalizando US$ 1,37 bilhão.

O Paraná lidera esse indicador nacional em produtos como compensados, madeira serrada, molduras, portas, painéis e móveis – todos de maior valor agregado.

“O setor florestal está fazendo sua parte, fornecendo dados, cenários e impactos. Mas as negociações ultrapassam a atuação setorial e exigem uma ação governamental com urgência e prioridade”, explica o presidente da APRE, Fabio Brun.

A APRE ainda defende que o Governo Federal não atue com medidas de retaliação aos Estados Unidos e busque acordo para reverter o cenário, ao menos, para prorrogar a medida tarifária por, no mínimo, 90 dias, permitindo “ajustes contratuais e logísticos”.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.