Por Mark Weinraub
CHICAGO (Reuters) – O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) manteve estável, nesta terça-feira, sua projeção para as ofertas de milho e soja do país, atualmente em mínimas de sete anos.
Embora a previsão para os estoques tenha sido levemente maior do que analistas esperavam, o número demonstrou que as ofertas seguirão apertadas até o início da colheita das novas safras norte-americanas, no outono local, quando grandes produções serão necessárias para que a robusta demanda doméstica e a demanda por exportações sejam atendidas.
Os contratos futuros de soja e milho negociados em Chicago atingiram as mínimas da sessão imediatamente após a divulgação do relatório. Mas todas as três commodities –incluindo o trigo– rapidamente retornaram aos níveis anteriores à publicação, com o foco do mercado voltado ao clima para plantio nos EUA.
“Em geral, foi um relatório bem básico, que está gerando uma reação bem básica”, disse Charlie Sernatinger, head global de futuros de grãos da ED&F Man Capital.
Em seu relatório mensal com estimativas globais de oferta e demanda (WASDE, na sigla em inglês), o departamento fixou os estoques de milho dos EUA em 31 de agosto em 1,502 bilhão de bushels, enquanto os estoques de soja foram vistos em 120 milhões de bushels.
Analistas projetavam que o relatório mostraria os estoques finais de milho em 1,471 bilhão de bushels, e os de soja em 117 milhões de bushels, segundo a média de estimativas compiladas por pesquisa da Reuters.
O departamento também manteve o cenário para os estoques de trigo em 836 milhões de bushels, o que seria o menor desde 2014/15. Analistas esperavam um leve aumento.
No fronte global, o USDA elevou sua perspectiva para a safra de soja do Brasil em 1 milhão de toneladas, para 134 milhões de toneladas, e manteve estável a projeção para a safra de milho do país, a 109 millhões de toneladas.
Chuvas fortes desaceleraram o ritmo da colheita de soja no país, gerando preocupações sobre a qualidade da safra e com o atraso no plantio de milho.
O USDA ainda reduziu sua estimativa para a produção de soja da Argentina para 47,50 milhões de toneladas, versus 48 milhões vistos anteriormente.
(Reportagem adicional de Julie Ingwersen)