Sabia que a Alemanha é o maior consumidor do café em grãos produzido no Paraná, enquanto os Estados Unidos lideram as compras de café solúvel do estado? São curiosidades, mas que reforçam a potência produtora do café paranaense, que segue consolidada no cenário nacional e internacional. No primeiro semestre de 2024, as exportações de café do Paraná para outros países totalizaram 195 milhões de dólares, um aumento de 26,7% em relação ao mesmo período de 2023.

A safra de 2024 está projetada para alcançar entre 700 mil e 750 mil sacas, destacando-se a região do Norte Pioneiro, onde está localizado o município de Carlópolis, responsável por 22% da produção estadual e detentor do selo de Indicação Geográfica. O produto solúvel representou, no primeiro semestre deste ano, 76,5% das receitas com exportações de café.
A categoria “Café” do Prêmio Orgulho da Terra teve como vencedora, neste ano de 2024, Janaína Assad da Rocha, produtora do Sítio Trindade, localizado em Grandes Rios. A entrega do troféu aconteceu no dia 12 de novembro, em Curitiba, celebrando a dedicação e inovação na produção de cafés especiais.
Gestão e inovação
A história do Sítio Trindade é marcada por desafios e superação. A propriedade, adquirida com recursos de crédito fundiário, enfrentou perdas iniciais causadas por nematóides, animais encontrados no solo que geram lesão nas raízes e levam a planta à morte. Mas com apoio técnico da extensionista Natália Duarte Vettor, do IDR-Paraná, a lavoura foi renovada com mudas resistentes e práticas sustentáveis.
A propriedade de 3 hectares utiliza adubação verde e análise criteriosa de solo e foliar, seguindo rigorosamente as recomendações técnicas, o que resultou na redução de custos e aumento de produtividade. Janaína também investiu em processos inovadores, como a fermentação de cafés, alcançando notas sensoriais elevadas e inserindo seus grãos especiais em cafeterias de outros estados.
A família, beneficiária de programas sociais do governo federal, mantém uma rotina organizada e colaborativa. O filho mais velho já contribui ativamente na propriedade e foi classificado para o programa de intercâmbio Ganhando o Mundo, do Governo do Paraná, um orgulho para os pais.
Para Janaína, o reconhecimento do prêmio reflete sua determinação. Ela passou por uma fase de desânimo com os problemas que tiveram na lavoura. Mas um dia teve um impulso, se levantou e reagiu. Investiu na propriedade e reverteu a situação. “O processo de recuperação foi um pouco difícil. Mas hoje receber esse prêmio é um orgulho enorme, uma satisfação muito grande, principalmente por representar as mulheres”, contou a produtora, na noite de premiação do Orgulho da Terra.
Sustentabilidade e protagonismo feminino
Janaína lidera a administração e gestão financeira da propriedade e participa ativamente do grupo de mulheres de sua região, compartilhando experiências e aprendizados. Suas práticas agrícolas incluem manejo sustentável, conservação de minas d’água, uso de energia solar e correta destinação de resíduos. Por ser uma gestora mulher, ela conta que já sofreu desconfiança. Mas persistiu e mostrou que seu toque feminino mantém tudo muito organizado e dentro de padrões de qualidade. E hoje Janaína fala de commodities e produção agrícola tanto quanto profissionais experientes na área.
Além de se destacar pela qualidade do café, a produtora promove visitas técnicas à propriedade, reforçando o papel da cafeicultura como vetor de conhecimento e troca de experiências na região.
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Prêmio Orgulho da Terra
O Prêmio Orgulho da Terra é uma iniciativa do Grupo Ric, por meio da plataforma RIC Rural, com a co-realização do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e do Sistema Ocepar, entidade que representa as cooperativas paranaenses. O prêmio ainda tem a apresentação da Coamo, patrocínio do Banco do Brasil, C.Vale e Embio, e apoio da Alpha Fish, Globoaves e Hotel Petras.
Com 19 categorias, o prêmio reconhece produtores rurais que fazem a diferença no agro paranaense, incentivando práticas sustentáveis, inovação e fortalecimento da economia rural.
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