Alimentos devem ser afetados pelo preço dos combustíveis (Foto: IDEME)

Economia do País é bastante dependente do transporte rodoviário, que sofre diretamente com a alta no preço dos combustíveis

O aumento do PIS/Cofins sobre o preço dos combustíveis mais que dobrou, e o litro passa a custar cerca de 0,41 centavos a mais nas bombas. A alta do imposto já chegou nos postos para o consumidor e, além do impacto direto na hora de abastecer o carro da família, outras áreas da economia acabam sendo afetadas pelo reajuste.

A maior parte dos alimentos e produtos que consumimos são transportados por caminhões, que usam óleo diesel para cruzar o País. Se o diesel sobe, a tendência é que o preço do frete também aumente, impactando os preços no supermercado. De acordo com a Confederação Nacional dos Transportes, até 37% dos custos do transporte de cargas vem do diesel.

De acordo com a economista e professora de economia Ângela Broch, conselheira do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), tudo o que precisa de combustível terá impacto. “Além do frete, as passagens de ônibus, passagens aéreas e outros serviços devem repassar os preço para o consumidor”, explica.

“O efeito cascata é inevitável e deve ser imediato. Como estamos vindo de um período de recessão, as empresas não tem muita margem para absorver esse aumento por muito tempo. Então a população deve sentir a diferença de forma geral já nas próximas semanas”, disse Broch. A economista afirmou ainda que até o preço do gás, que não é afetado pelo PIS/Cofins, deve aproveitar a alta e sofrer aumento.

A Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) ainda está calculando qual será o impacto do aumento dos combustíveis, mas estima que deve aumentar em 4% o valor do frete. “A nossa margem é muito pequena. As empresas hoje lutam para sair do vermelho. Qualquer impacto nesse momento, ainda mais dessa natureza, ele é imediato e não tem como não repassar. É mais uma dificuldade que teremos pela frente. E economia estando em crise se transporta menos. E isso torna ainda mais difícil de repassar o custo”, afirma o presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes.

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