Bolsonaro reclama da Petrobras e diz que empresa não é o que ele gostaria
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a Petrobras nesta quarta-feira (16) e afirmou que a empresa não é o que ele gostaria, mas ressaltou que não tem ingerência sobre as decisões tomadas pela estatal.
“Tenho minhas críticas à Petrobras também. Não é aquilo que eu gostaria, não. O que eu pude fazer… eu não mando na Petrobras, não tenho ingerência sobre ela, mas o que a gente puder fazer, a gente faz”, disse Bolsonaro a apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada, sem elaborar.
Bolsonaro tem reclamado constantemente da atuação da empresa, que se baseia nos preços internacionais do petróleo e na variação do câmbio no Brasil na formação do preço dos combustíveis.
Na terça-feira (15), em discurso no Palácio do Planalto, Bolsonaro reclamou que a Petrobras anunciou o aumento no valor dos combustíveis um dia antes de o Congresso aprovar a mudança no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que permitiria um impacto menor do reajuste.
Depois de mais de dois meses sem aumentos, a Petrobras reajustou o diesel em 24,9% e a gasolina, em 18,8%.
Bolsonaro tem reclamado da paridade com os preços internacionais e também do valor pago em dividendos pela empresa a seus acionistas, em um discurso que ecoa as reclamações tradicionais da oposição em relação à empresa.
Em Brasília, chegou-se a falar em uma substituição do presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, indicado por Bolsonaro depois que o presidente pediu o afastamento de Roberto Castello Branco, o primeiro presidente em seu mandato, indicado por Paulo Guedes.
Bolsonaro, no entanto, precisaria que o conselho da empresa apoiasse a troca, ao mesmo tempo em que Silva e Luna já avisou que não pedirá demissão.
Por Lisandra Paraguassu