O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, abriu a possibilidade para que o Brasil e outras nações possam exportar produtos com tarifa de importação zerada – embora sem citar nominalmente nenhum parceiro comercial. Essa exceção seria aplicada em itens que os norte-americanos não cultivam no país.

Grãos de café; Brasil pode exportar a commoditie sem tarifa aos Estados Unidos
Mesmo com possibilidade de acordo, Brasil deve ser taxado em 50% na próxima sexta-feira. (Foto: Pixabay/jensphotography)

Exemplos são commodities como cacau, café, manga e abacaxi. O Brasil é um dos maiores produtores cafeeiros mundiais e é um dos principais exportadores do grão aos Estados Unidos.

“Se um país produz uma coisa que nós não produzimos, isso pode entrar por zero (de tarifa). Se a gente fizer um acordo com um país que produz manga ou abacaxi, então eles podem vir sem tarifas. Café e cacau poderiam ser outros exemplos de recursos naturais (que serão isentos)”, explicou o secretário.

O secretário ainda reforçou que o prazo dado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o início das tarifas de importação não será adiado novamente. Assim, nesta sexta-feira (1º), o Brasil começará a ser taxado em 50% nos embarques feitos aos norte-americanos.

“Temos nossa própria equipe trabalhando com a China. Eles são um caso à parte. Mas para o resto do mundo, vamos resolver tudo até sexta-feira. E sexta-feira não está longe [Dia] 1º de agosto é a data em que definiremos todas essas tarifas, e daí em diante elas entram em vigor”, prosseguiu o secretário.

Paraná se antecipa a a negociação do Brasil com os Estados Unidos e anuncia medidas

Pátio de uma indústria moveleira no Paraná; setor florestal e derivados lideram exportações do estado aos EUA
Governo ainda sinalizou que pode ampliar auxílio a depender das negociações com os EUA. (Foto: Geraldo Bubniak/AEN)

O Governo do Paraná anunciou na última sexta-feira (25) uma série de medidas para auxiliar as empresas do estado afetadas pelo ‘tarifaço’ aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Entre as medidas estão oferta de crédito, flexibilização de prazos para investimentos já acordados e utilização de créditos de ICMS homologados no Siscred para monetizar ou usá-los como garantia na tomada de recursos.

O Governo do Paraná ainda apontou que caso não haja acordo entre o Governo Federal e os Estados Unidos até a próxima sexta-feira (1º de agosto) – data em que serão aplicadas as tarifas de 50% às importações, poderá aplicar novas medidas em prol das indústrias e empresas do estado.

Segundo a Secretaria da Fazenda do Paraná, as empresas com crédito de ICMS na receita estadual poderão utilizá-lo parcialmente para monetização, giro ou como garantia na tomada de recursos.

Também é avaliado a flexibilização de prazos de investimento das empresas enquadradas no programa Paraná Competitivo para que não fiquem sem fôlego financeiro.

Ainda pode ser disponibilizado pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e pela Fomento Paraná R$ 400 milhões em disponibilidade para empréstimos.

Paraná exporta US$ 1,5 bilhão aos norte-americanos anualmente

Compensados são um dos principais produtos exportados pelo setor florestal do Paraná aos EUA
Setor florestal do Paraná é um dos mais afetados pelo ‘tarifaço’ dos EUA. (Foto: Divulgação/APRE)

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apontam que os Estados Unidos importam cerca de US$ 1,5 bilhão por ano das empresas do Paraná.

Mais de 90 produtos do Paraná são exportados aos Estados Unidos, com destaque para o setor florestal e derivados, como painéis de MDF, esquadrias e portas.

Ainda são importados itens como máquinas, combustíveis minerais, plástico, alumínio, açúcar, café, adubos, borracha, produtos farmacêuticos, móveis, peixes e óleos vegetais.

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Jorge de Sousa

Editor

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.

Jorge de Sousa é formado em jornalismo desde 2016, pós-graduado em Direito Eleitoral e Processo Eleitoral e especializado na cobertura de pautas sobre Política, do Paraná e do Brasil, além de matérias sobre Agronegócio e Esportes.