A Companhia Paranaense de Energia (Copel) disse que criou uma comissão de investigação ainda no ano passado, depois de ter sido notificada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma delação premiada que teria citado fatos referentes à venda de um ativo de geração para a empresa entre 2011 e 2013.
“A colaboração premiada foi homologada em 1 de agosto de 2019 pela Corte máxima do país. O processo, no qual a Copel é vítima, corre sob sigilo no STF”, disse a companhia em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A manifestação da empresa veio após o site O Antagonista ter publicado que o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) foi delatado por executivos da Galvão Engenharia que o teriam acusado de receber mais de 5 milhões de reais em propina para destravar uma negociação com a Copel.
O deputado Ricardo Barros disse em nota que “a suposta delação não corresponde aos fatos e que provará a sua inocência”.
A Copel disse no comunicado que sua atual diretoria não conta com nenhum membro do período investigado e que informou “órgãos de controle externo e autoridades competentes” sobre o ocorrido.
A companhia também afirmou que aprovou ainda em setembro de 2019 “constituição de comissão de investigação, a qual ainda está em andamento, com membro externo independente”.
A Copel afirmou ainda que nos documentos recebidos do STF foi informada sobre valores a receber, referentes a “multa extrapenal depositada em juízo por pessoa que realizou colaboração premiada junto ao Ministério Público Federal”.
O valor seria de 614,65 mil reais, mas a Copel disse que não recebeu tais recursos e tampouco teve acesso aos autos do processo.
Informações sobre o processo também foram solicitadas pelo deputado Ricardo Barros, que disse por meio da assessoria que “requereu ao STF acesso à suposta delação para fazer os esclarecimentos devidos”.
Ele acrescentou que pediu à Procuradoria Geral da República (PGR) investigação por “abuso de autoridade no vazamento ilegal” das informações.
Não foi possível contatar de imediato representantes da Galvão Engenharia.