Nesta quarta-feira (18), o dólar fechou em alta de 2,82%, cotado a R$ 6,267. Este é o terceiro dia consecutivo que a moeda americana supera o próprio recorde, em meio a um cenário instável do mercado interno e externo.

Diferente do que aconteceu nos últimos dias, o Banco Central (BC) não interferiu no mercado de câmbio. Somente no mês de dezembro deste ano, o BC já vendeu US$ 12,760 bilhões das reservas internacionais, ativos do Brasil em moeda estrangeira que funcionam como seguro de um país durante crises. Esse é o maior valor atingido em câmbio no país desde março de 2020, durante a pandemia de Covid-19.
A cotação abriu o dia a R$ 6,11 e subiu vertiginosamente após as declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dizendo que o valor do dólar vai estabilizar e até mesmo sugeriu a possibilidade de um ataque especulativo coordenado, ou seja, uma combinação ilegal de investidores com objetivo de aumentar o valor do dólar para lucrar.
“Nós temos um câmbio flutuante e, neste momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que faz o câmbio flutuar. Mas eu acredito que ele vai se acomodar. Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando nisso. Prefiro trabalhar com os fundamentos mostrando a consistência do que estamos fazendo. Pode estar havendo [especulação], mas não estou aqui querendo fazer juízo sobre isso. Esses movimentos mais especulativos são coibidos com intervenção do Tesouro e do Banco Central”, disse o Ministro.
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À partir das 15h, a cotação voltou a subir de forma acelerada, após a reunião da Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, que definiu o corte das taxas básicas de juros americanas em 0,25%. Além disso, indicou que adotará uma postura mais cautelosa para 2025, reduzindo a possibilidades de mais cortes.
Atualmente, a taxa de juros dos EUA está entre os 4,25% e 4,5%, o que considerado alto para o mercado internacional. Juros elevados em grandes economias estimula a fuga de capital de países emergentes, como o Brasil, o que corrobora com a desvalorização do real perante ao dólar.
Bolsa de valores cai em 3%
O mercado de ações também foi impactado pela reunião da Federal Reserve. O índice Ibovespa, principal indicador de desempenho das ações negociadas na bolsa brasileira, fechou aos 120.772 pontos, com queda de 3,15%, o menor nível desde 20 de junho.
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