Impasse no transporte coletivo de Curitiba pode prejudicar passageiros às vésperas do Natal

Novamente a falta de pagamento para motoristas e cobradores coloca em risco o funcionamento do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana. As empresas de ônibus da capital deixaram de pagar a segunda parcela do 13º salário dos trabalhadores e a categoria ameaça entrar em greve já na próxima segunda-feira (21). O prazo final para pagamento seria até quinta-feira (17), porém, até a tarde desta sexta-feira (18) algumas empresas de ônibus ainda não haviam realizado o depósito do benefício na conta dos trabalhadores.

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O prazo havia sido acordado durante reunião no Tribunal Regional do Trabalho na última semana, realizada justamente para garantir o pagamento do salário de novembro dos motoristas e cobradores. Na ocasião, em acordo assinado pela desembargadora e vice-presidente do TRT, Marlene Fuverki Suguimatsu, ficou estipulado que, caso ocorressem novos atrasos no pagamento dos salários, 13º e outros benefícios, as empresas de ônibus seriam multadas em R$ 60 por dia, multiplicado pelo número de trabalhadores prejudicados.

A Setransp confirmou o atraso nos pagamentos e justificou o problema em razão dos trâmites bancários, garantindo que 100% das empresas devem realizar o depósito ainda nesta sexta-feira (18). A representante das companhias afirmou que ainda está fazendo um levantamento para saber quantas empresas de fato estavam em débito com os trabalhadores. Em relação a multa estabelecida pelo novo atraso, a Setransp disse que o caso está sob análise do departamento jurídico.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) confirmou que 17 empresas de ônibus ainda não depositaram a segunda parcela do 13º salário. As empresas Sorriso e Redentor, que reúnem aproximadamente três mil trabalhadores e atuam em toda Curitiba, com 138 linhas, estão entre as que têm atrasos confirmados. O setor jurídico do Sindimoc está solicitando na Justiça do Trabalho o pagamento da multa aos trabalhadores.

O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, lamentou que mesmo com acordo feito na Justiça do Trabalho os atrasos aconteçam novamente. “Iremos inicialmente buscar os direitos dos trabalhadores na Justiça. Se o descaso das empresas continuar da mesma forma, infelizmente teremos que partir para uma nova greve”, afirma.

Impasse

O problema começou quando o Setransp, representante das empresas, enviou ofício ao Sindimoc, no dia 25 de novembro, informando que não pagaria os salários e cartão alimentação de dezembro, janeiro e as duas parcelas do 13º salário. Em reação, trabalhadores deflagraram greve, que durou poucas horas, nas empresas com salários atrasados. O impasse havia terminado com a audiência na Justiça do Trabalho e o compromisso das empresas em realizar os pagamentos devidos em dia