Problemas com atrasos de salários vem ocorrendo desde novembro. Empresas tentam pressionar a Urbs a reajustar tarifa técnica

Terminou por volta das 20h30 desta terça-feira (19) mais uma audiência entre as empresas responsáveis pelo transporte coletivo de Curitiba, os trabalhadores do setor e a Urbanização Curitiba (Urbs). O encontro foi encerrado sem conciliação, e as empresas afirmaram que não podem garantir o pagamento integral dos vales do motoristas e cobradores que vence nesta quarta-feira (20).

“Não posso me comprometer com algo que não talvez eu não consiga”, disse Maurício Gulin, presidente do Setransp

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O Setransp, sindicato patronal do transporte coletivo, prevê o pagamento de 40% do vale nesta quarta, 30% na quinta-feira (21) e os outros 30% na sexta-feira (22).

O Sindimoc se comprometeu em não deflagrar uma nova greve no transporte até dia 5 de fevereiro, data em que vencem os salários referentes ao mês de janeiro. “O que estamos passando é uma humilhação, mendigando nossos salários”, lamentou o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.

As empresas voltaram a dizer que não têm os R$ 4,8 milhões necessários para saldar o vale de todos motoristas e cobradores, e pediram um novo adiantamento de repasse à Urbs. Desta vez, o valor solicitado é de R$ 3,5 milhões, que deve ser realizado ainda nesta quarta-feira (20).

Na semana passada, um adiantamento também de R$ 3,5 milhões ajudou a terminar com a greve em Curitiba que durou quase três dias. Na ocasião, os trabalhadores reclamavam o pagamento dos salários referentes a dezembro, que para alguns chegou a atrasar sete dias.

Sobre as multas, as empresas concordaram em não descontar dos funcionários o dia 12 de janeiro, quando o transporte parou. Em contrapartida, o Sindimoc, que defende a categoria, abriu mão da multa de R$ 60 por funcionário por um dia de atraso salarial.