Na contramão da média nacional, o endividamento teve queda no Paraná pelo segundo mês consecutivo, é o que aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio-PR).

O estudo, feito mensalmente, demonstrou que o percentual de endividados no estado caiu de 90,2% em abril para 89,2% em maio. Contudo, o número se mantem acima do indicador brasileiro, que aumentou de 67,5% para 68,0% no mês passado.

Apesar da redução no endividamento, a parcela de famílias paranaenses com contas atrasadas aumentou de 25,9% para 26,6% de um mês ao outro, enquanto 11,1% não terão condições de pagar suas dívidas, situação semelhante à registrada no último trimestre.

A redução do endividamento no estado demonstra que as famílias estão contendo seus gastos por causa do agravamento da pandemia, que reflete no aumento do desemprego e de outros fatores econômicos, como a inflação elevada.

De acordo com a Fecomércio-PR, há algumas razões favoráveis para a queda do endividamento, dentre eles a retomada do auxílio emergencial, mesmo que com valor reduzido, e o programa do Governo Estadual que auxilia pequenas empresas.

A queda do indicador de maio aconteceu, principalmente, pela diminuição das dívidas das famílias de menor renda, que em abril estava na casa dos 89,0% e em maio caiu para 87,7%. Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o endividamento se manteve estável, com 95,8%.

Ainda que o cartão de crédito seja o vilão para a maioria dos consumidores, o número de pessoas endividadas por causa dele reduziu 3,9%, ao passar de 74,9% em abril para 72,0% em maio.

Por outro lado, o financiamento de veículo aumentou 34,9% na variação mensal, subindo de 8,3% em abril para 11,2% em maio. O financiamento imobiliário apresentou redução, saindo de 11,2% para 10,4% na variação mensal, com baixa de 7,1%.