O último dia da Expo Paraguai Brasil 2025, um dos maiores eventos de integração econômica e comercial entre os dois países, deve consolidar o recorde de reuniões e de acordos fechados. Segundo os organizadores, o evento deve movimentar, até o final dessa quarta-feira (10), mais de US$ 300 milhões em negociações.

De acordo com o governo do Paraná, somente em 2025, empresas paraguaias devem investir mais de US$ 700 milhões em negócios com empresas paranaenses.
A feira tem reunido autoridades, empresários, investidores e lideranças institucionais dos dois países, com foco em oportunidades estratégicas nos setores da indústria, comércio, agronegócio, energia, turismo e tecnologia.
O governador Ratinho Junior participou da abertura do evento e destacou a importância da aproximação entre o estado e o país vizinho. “Nossas cooperativas, elas estão muito presentes aqui no Paraguai, estão produzindo muito. E boa parte daquilo que nós utilizamos nos nossos frigoríficos, que geram muito emprego no nosso estado, vem também de milho, soja e cereais que são colhidos aqui no Paraguai, que vem crescendo muito nesse potencial agrícola também”, disse em entrevista exclusiva ao Grupo Ric, único veículo da imprensa brasileira presente no evento.
Durante a feira, estão sendo discutidas alternativas para driblar tarifaço imposto pelos Estados Unidos — que tem impactado a economia brasileira. O Paraguai se colocou à disposição do Brasil, oferecendo sua estrutura logística e industrial como rota alternativa para o escoamento da produção paranaense e nacional.
Empresários do Paraná apostam no Paraguai
Ao longo dos primeiros dias de feira, diversos empresários brasileiros relataram planos concretos de expansão para o mercado paraguaio, seja pela atratividade da Lei Maquila, seja pela economia dolarizada e estável. O CEO da Seyconel, Francisco Ferraes Neto, destacou os benefícios fiscais e a possibilidade de acesso a grandes compradores a partir de uma operação no Paraguai. Já empreendedores como Fernanda Farett (Grupo Reciclex) e Marta Rodrigues (confecção de lingerie) apontaram o evento como uma ponte entre necessidades e soluções, elogiando a proximidade institucional e o suporte técnico oferecido.
Segundo a CEO da Reciclex, a transição para atuar no país vizinho “foi natural” e já está gerando frutos em projetos de sustentabilidade e reuso de água. No setor imobiliário, o destaque foi para a alta demanda internacional por imóveis no Paraguai, com retorno de até 30% ao ano via locação de curto prazo.
Foz do Iguaçu ganha protagonismo regional
Outro destaque do evento foi a apresentação de um estudo inédito contratado pela Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (ACIFI), que revelou o peso econômico da região trinacional. Segundo o levantamento, o PIB do território em um raio de 50 km chega a R$ 82 bilhões, superando todas as regiões do Paraná — exceto Curitiba.
“Temos um território trinacional com um milhão de habitantes, três aeroportos em 27 km e uma vocação econômica complementar entre as cidades”, explicou Danilo Vendrusculo, presidente da ACIFI.
Outro ponto forte da Expo até o momento tem sido a discussão em torno do Corredor Bioceânico, que promete interligar o Brasil ao Chile, passando pelo Paraguai e Argentina. A obra deve fortalecer ainda mais o papel do Paraguai como rota de exportação e atrair empresas interessadas em operar com custo logístico reduzido e acesso aos portos do Pacífico.
Quer receber notícias no seu celular? Entre no canal do Whats do RIC.COM.BR. Clique aqui.