O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), utilizou sua conta no Twitter para expressar surpresa diante do reajuste das tarifas de energia elétrica. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (24), um reajuste tarifário para a Copel. Para os consumidores residenciais (Classe B1), o reajuste no preço da energia elétrica pode ser de até 33,5%.
“Fui surpreendido com a decisão do governo federal de aumentar a luz em 35,05%”, publicou o governador. “Vamos pedir à Aneel a suspensão da aplicação para buscar uma solução junto a Copel”, acrescentou. Há duas semanas, a companhia de distribuição paranaense havia pedido um reajuste menor, de 32,4% nas tarifas.
No último mês de março, o Governo Federal anunciou a autorização de um financiamento de R$ 8 bilhões pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para que as distribuidoras paguem suas dividas com as geradoras. E informou que o financiamento será ressarcido com aumento de tarifas que deveria ser escalonado, segundo anúncio, a partir de 2015.
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O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, rebateu o governador do Paraná, dizendo que a companhia de distribuição paranaense sabia do porcentual calculado pela Aneel e não pediu diferimento do processo, ou seja, adiamento de parte desse reajuste. “A Copel pediu o reajuste e foi informada do porcentual encontrado pela Aneel e não pediu diferimento. É estranho (Richa) se declarar surpreso”, disse Rufino. “Se a empresa pediu o diferimento agora, eu é que vou ficar surpreso”, completou o diretor-geral.
Ele explicou que a empresa pode aplicar tarifas menores se quiser. “O governador não precisa pedir à Aneel para aplicar um reajuste menor. A tarifa aprovada pela agência é o teto. A Aneel faz o cálculo segundo as regras do contrato de concessão e a metodologia do setor”, acrescentou Rufino. “Mas se a companhia quiser dar um desconto aos usuários este ano sem ter pedido o diferimento, ela não terá recomposição futura”, destacou.
No ano passado, a Aneel autorizou reajuste de 14,61% em média, mas o governo do Paraná pediu diferimento e optou por aplicar um valor menor, de 9,55%. Na decisão emitida em 2013, o órgão regulador havia determinado que essa diferença seria considerada em 2014, mas, embora o efeito econômico tenha entrado no reajuste aprovado hoje, o efeito financeiro será contemplado nos próximos processos tarifários. As novas tarifas para 4,2 milhões de unidades consumidoras no Estado do Paraná entram em vigor a partir de hoje.