Brasil e Paraná - O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comentou as movimentações do Governo Lula para assegurar controle sobre o Orçamento de 2026: “Esperamos que haja uma boa negociação com o Congresso. O problema é quando não só o Executivo quer aumentar a despesa, mas o Legislativo também“, afirmou. Para Meirelles o Brasil vive um momento preocupante com a disparada de despesas públicas e consequencias até para o próximo presidente da República.

Ex-ministro Henrique Meirelles afirma que o descontrole de gastos coloca em risco o futuro do país e desafio para o próximo presidente (Repodução Youtube Jovem Pan News Paraná)

O ex- ministro considerou que conter as despesas e colocar a economia nos trilhos deveriam ser prioridades: “É o desafio que vai se colocar para o próximo governante, seja o presidente Lula, reeleito, seja outro. O fato é que o governo terá que enfrentar esta situação“, apontou.

Assista à fala de Henrique Meirelles:

Inflação, Juros Altos e Orçamento Realista

Ao criticar o aumento de gastos, que chamou de “sistemático”, o ex-ministro afirmou que a inflação e os juros altos como consequências e o caminho para um futuro problema fiscal:

“O aumento das despesas públicas, sem o aumento da arrecadação, leva a um aumento da dívida pública que segundo cálculos do FMI atingirão níveis não sustentáveis a partir de 2027 e 2028. Isto é, nós poderemos ter um aumento do risco Brasil, que aumenta o custo, aumenta juros… Então, podemos ter um problema fiscal à frente”, concluiu Meirelles.

Impostos e Taxação de Grandes Fortunas

Questionado sobre as medidas para tentar garantir crescimento da arrecadação como a alta ou a criação de novos impostos, Meirelles foi enfático: “O Brasil já tem uma das maiores cargas tributárias do mundo (…) Não há espaço para novos tributos” e reforçou que taxar os ricos afeta a competitividade do país.

Assista à fala de Henrique Meirelles:

Tarifaço

Sobre a retomada do diálogo entre os governos de Brasil e Estados Unidos, após o tarifaço, Meirelles declarou: “Agora o executivo americano e o brasileiro estão dialogando, e isso é um caminho interessante” disse.

O ex-presidente do BC apontou um elemento importante, que segundo ele, não aparece nos noticiários: grandes empresas americanas que têm subsidiárias no Brasil e exportam com força de influência no governo de Trump. Essas empresas seriam capazes de abrir portas e “viabilizar um diálogo que seja produtivo para o país”, finalizou.

Assista a entrevista completa aqui:

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