O banco HSBC pretende encerrar suas atividades no Brasil e na Turquia. O anúncio foi feito nesta terça-feira (09). Segundo comunicado, o banco planeja manter uma participação no Brasil para atender a grandes clientes corporativos. Entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões devem ser gastos, até 2017, com o plano de reestruturação.

O assunto preocupa os trabalhadores do grupo financeiro inglês. Criado em 1865, o HSBC emprega atualmente 266 mil pessoas em todo o mundo. O plano de reestruturação deve suprimir cerca de 50 mil empregos, dos quais 25 mil com o fim das operações do banco na Turquia e no Brasil.

Segundo a dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e região, Aldria Louback, o clima entre os trabalhadores é de incerteza. Na capital, são cerca de 7,5 mil trabalhadores, entre contratados e terceirizados. “As demissões já começaram. Em Curitiba, o HSBC tem quatro centros administrativos e ninguém sabe ao certo o que vai acontecer. Em muitas agências, já faltam funcionários para realizar os atendimentos”, afirma.

Recentemente, em uma audiência pública realizada em defesa dos trabalhadores do HSBC, que aconteceu na Assembleia Legislativa do Paraná, o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Odone Fortes Martins, disse que a situação deve ficar complicada caso algum banco de bandeira nacional assuma as operações.

“Estamos preocupados caso o Bradesco ou o Santander compre o HSBC, pois sabemos que isso afetará todo o comércio que atende aos bancários. A ACP se solidariza por esta causa e que vai se mobilizar para garantir que tanto os trabalhadores do banco, como os do comércio, não sejam prejudicados”, afirma Odone, em entrevista publicada no site do Sindicato dos Bancários.

Informe 

De acordo com o informe emitido pelo HSBC, o banco quer aumentar seus investimentos na Ásia, principalmente na China e na região da Associação de Nações do Sul Asiático (Asean), por meio da expansão do gerenciamento de ativos e de seguros com foco nos mercados emergentes.

“O mundo está cada vez mais conectado. Há expectativa de que a Ásia tenha elevado crescimento e se torne o centro do comércio mundial na próxima década. Estou confiante de que nossas ações vão nos permitir acompanhar as oportunidades de crescimento e dar mais retorno para os acionistas”, disse, em nota, o presidente executivo do banco, Stuart Gulliver.