Brasil - Vinte e cinco estados e o Distrito Federal registraram interrupções no fornecimento de energia elétrica na madrugada desta terça-feira (14). De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o apagão foi provocado por um incêndio em uma subestação localizada em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). O serviço já foi reestabelecido, mas as causas do incêndio ainda estão sendo investigadas.

incêndio na substação do Paraná
De todo o país, apenas Alagoas não confirmou ocorrências (Foto: Corpo de Bombeiros)

Por que o apagão aconteceu em todo país?

Segundo informações da Agência Brasil, o fornecimento de energia em quase todo o país é feito por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN), que permite a transmissão de eletricidade entre diferentes regiões. Assim, a produção de uma usina hidrelétrica pode ser direcionada para locais onde os reservatórios estão mais baixos devido à falta de chuvas.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não há risco de crise energética no país.

“É importante que a população entenda o que acontece neste momento. Não é falta de energia. É um problema na infraestrutura que transmite a energia. Quando se fala em apagão, a gente sempre lembra aqueles tristes episódios de 2001 e de 2021 que, na verdade, aconteceram por falta de energia e falta de planejamento. Hoje, não. Hoje, nós temos muita energia”, garantiu o ministro.

Silveira destacou ainda que o sistema de transmissão brasileiro foi reforçado por meio da contratação de 70 bilhões de linhas de transmissão. “É um episódio pontual que o Operador Nacional do Sistema deu pronta resposta graças a um moderno sistema”, finalizou o ministro.  

incêndio na substação do Paraná
A interrupção de cerca de 10.000 megawatts (MW) de carga aconteceu às 00h32 (Foto: Corpo de Bombeiros)

Energias renováveis intermitentes

Ainda segundo o ministro, o Brasil possui uma ampla capacidade de geração de energia renovável, que, apesar de ser limpa, apresenta caráter intermitente — ou seja, depende de fatores naturais e pode ser irregular. Para enfrentar esse desafio, o Governo Federal tem investido em sistemas de armazenamento por meio de baterias.

“São energias ainda intermitentes. Por isso, também estamos com uma expectativa muito grande de lançar, ainda neste ano, nosso leilão de bateria. A gente vai literalmente armazenar vento. O vento vai ser armazenado através das baterias”, disse Alexandre.

O ministro destacou ainda que essa não é uma dificuldade exclusiva do país. “Portugal, Espanha sofreram agora recentes apagões de longo prazo por causa dessas intermitências”, afirmou.

Aneel investiga o caso

Uma equipe da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deve chegar ao Paraná ainda nesta terça-feira (14), para investigar a subestação no estado que gerou o apagão. O local pertence ao Sistema Interligado Nacional (SIN), que distribui energia elétrica para todas as regiões do país. A agência também vai instaurar processos de fiscalização para apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos.

Paraná ficou sem luz

De acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), quase 80 mil residências ficaram sem luz no estado. A empresa que distribui energia no Paraná, confirmou que a maior parte das casas que sofreu com interrupção fica na região norte.  

O desligamento ocorreu às 0h32, afetando 76 mil unidades consumidoras em várias regiões do estado, sendo 42 mil apenas no Norte. O Operador Nacional do Sistema (ONS) autorizou o restabelecimento da energia às 1h01.

Ainda de acordo com a Copel, o apagão foi causado por um incêndio no reator de uma linha de transmissão pertencente à Furnas, localizada na área da Subestação Bateias, em Campo Largo, que integra o Sistema Interligado Nacional. O Corpo de Bombeiros do Paraná conseguiu controlar as chamas, e nenhum equipamento da Copel ou de outras empresas instaladas na subestação foi danificado.

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Jessica Ibrahin

Repórter

Jéssica Ibrahin é formada em Jornalismo e pós-graduada em Ciência Política pela UNICAP. Atuou em redações de rádio, TV e portais de notícia, com experiência em entrevistas e reportagens sobre política, cultura e comportamento.

Jéssica Ibrahin é formada em Jornalismo e pós-graduada em Ciência Política pela UNICAP. Atuou em redações de rádio, TV e portais de notícia, com experiência em entrevistas e reportagens sobre política, cultura e comportamento.