A inflação americana está demorando a ceder. O CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês) subiu 0,5% em janeiro na comparação com dezembro (0,1%), segundo dados divulgados hoje pelo Departamento de Trabalho americano. O índice veio em linha com a mediana das projeções do mercado (0,5%). Em 12 meses, o CPI acumula uma alta de 6,4%.
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De acordo com Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, “o núcleo do índice, que exclui alimentos e energia, também permanece em patamar elevado (5,6% em 12 meses), bem distante da meta de 2% ao ano do Banco Central americano”.
Veja o que diz a especialista:
“O principal motor de pressão para a inflação americana vem do setor de serviços que continua sendo puxado por um mercado de trabalho aquecido que tende a elevar salários acima da produtividade. Além de serviços em geral, aluguéis ainda pesam sobre o índice, mas devem começar a ceder à frente, já que acompanham com alguma defasagem preços de imóveis que estão diminuindo há algum tempo. A inflação de bens está baixa, refletindo a reorganização das cadeias globais de produção e a queda dos preços das commodities no mercado global”, diz ela.
“Acreditamos que inflação de serviços deve permanecer pressionada pelo mercado de trabalho nos próximos meses, levando a autoridade monetária a promover mais dois aumentos consecutivos de 25 pontos-base nas próximas reuniões. Em nossa visão, a taxa de juros deve alcançar um pico de 5,1% neste ano, ficando em patamar elevado por um longo período. O ciclo de corte de juros não deve começar antes de meados de 2024”, contou.