Mesmo sem o ainda esperado reajuste da gasolina e puxado pela forte alta dos alimentos, o IPCA, índice oficial de inflação do país, acelerou em outubro novamente e registrou alta de 0,57%, acima da taxa de 0,35% de setembro.
Desde agosto, a inflação sobe gradualmente, sem contar com altas moderadas de alimentos nem com a redução das tarifas de ônibus após os protestos.
Diante da nova rodada de pressão do grupo alimentação -que subiu 1,03% em outubro, em razão da alta do dólar e do clima-, o IPCA de outubro registrou a maior variação mensal desde fevereiro deste ano (0,60%) e ficou próximo ao estimado pelo mercado, entre 0,60% e 0,70%.
Com a taxa de outubro, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 5,84%, abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%. De janeiro a outubro, o índice, balizador do sistema de metas de inflação do governo, somou uma alta de 4,38%.
Além de alimentação, vestuário (1,13%) e artigos de residência (0,81%) também foram destaques entre as altas em outubro.
Nenhum grupo teve queda, mas os itens de transporte (0,17%) e habitação (0,56%) desaceleraram e, assim, impediram uma alta maior do IPCA em outubro.
Divulgado o índice de outubro, a grande expectativa agora é em relação ao reajuste da gasolina. Analistas esperam um aumento entre novembro e dezembro, da ordem de 6% nas refinarias da Petrobras – o que resultaria numa alta de cerca de 4% nos postos de combustível.
O reajuste, porém, precisa do aval do governo, que ainda enxerga focos de pressão inflacionária.