O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuou e isentou centenas de itens da taxação de 50% que será imposta ao Brasil no próximo dia 1º. Dentre os produtos que ficaram de fora da “super taxa” estão a madeira e derivados. Porém, a medida não alcança o setor do Paraná.

indústria de madeira operando e fabricando placas de madeira
A APRE defendeu nos últimos dias que o Governo Federal não atuasse com medidas de retaliação aos Estados Unidos e busquesse acordo para reverter o cenário (Foto: FIESC/Reprodução/ND)

Segundo Ailson Loper, diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE Florestas), a isenção não inclui os ítens oriundos do Paraná. “A matéria-prima que é descontruída e é transformada em pasta e transformada em celulose, nessa segunda ordem da Casa Branca, ela foi excetuada, isso quer dizer que não vai ter, a princípio, a taxação nela. Porém, a madeira processada mecanicamente não ficou fora dessa taxação, então para o Paraná isso é muito ruim”, afirmou.

“Madeira serrada para construção ou para reindustrialização, a gente está falando de madeira [para] móveis, a gente está falando de compensados, a gente está falando de diversas molduras, portas… esses produtos sim, entraram na taxação. Então o impacto é bem grande para o setor florestal paranaense”, declarou.

O setor está buscando entender a amplitude das medidas para traçar uma estratégia a fim de mitigar os feitos negativos para a economia.

De acordo com dados da APRE Florestas, os Estados Unidos são os maiores importadores de serrado de pinus do Brasil (37,15%), e o segundo maior importador do mesmo produto originado no Paraná (30,79%).

Em 2024, somente os três estados do Sul do Brasil – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, responderam por 86,5% das exportações brasileiras de produtos de madeira para os Estados Unidos, totalizando US$ 1,37 bilhão.

Além disso, entre os produtos do agronegócio mais vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos, o setor florestal lidera em receitas com US$ 3,7 bilhões, seguido de cafés (US$ 2 bilhões), carnes (US$ 1,4 bilhão), sucos (US$ 1,1 bilhão) e complexo sucroalcooleiro (US$ 791 milhões).

Quando o assunto é comércio exterior no geral, os Estados Unidos estão atrás somente da China, que, em 2024, gerou US$ 5,8 bilhões em exportações de produtos das empresas paranaenses, enquanto os norte-americanos contribuíram com US$ 1,2 bilhão, seguido pela Argentina com US$ 1,2 bilhão e México com US$ 1 bilhão.

Os EUA também figuram entre os principais parceiros de fornecimeto de marcadorias para o estado. A China lidera, com vendas de US$ 4,6 bilhões, a Rússia vem na sequência com US$ 2,1 bilhões, seguida pelos Estados Unidos com US$ 1,5 bilhão.

Exportadores de madeiras do Paraná temiam taxação

Recentemente, duas indústrias do setor florestal no Paraná anunciaram férias coletivas para parte dos funcionários. A Millpar tem sede nos municípios de Guarapuava e Quedas do Iguaçu e anunciou que dos 1.109 colaboradores, 640 foram estão nesse regime.

Já a BrasPine, com sede em Jaguariúva e Telêmaco Borba, dispensou para férias coletivas cerca de 1,5 mil funcionários dos 2,5 mil da empresa.

Comunicado da APRE Florestas, publicado na última semana, apontava que caso a taxação avançasse, ela praticamente inviabilizaria “os nossos negócios e, como consequência, milhares de empregos e famílias”.

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Erick Mota posando para foto
Erick Mota

Editor-chefe

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.

Jornalista há mais de 10 anos, atuou como repórter de rede em Brasília, onde se especializou em jornalismo político. Participou de coberturas no STF, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas. Também cobriu o caso Lázaro Barbosa e morte da cantora Marília Mendonça. Produziu documentários e reportagens especiais por todo Brasil. Possui uma paixão especial em fotografia e jornalismo cultural. Apresentou programas de TV e podcasts durante toda a carreira.