Empreendedor prevê que, para economizar, comerciantes vão pegar um funcionário, colocar uma barba e fazer ele falar ‘ho-ho-ho’ na porta da loja

Com um comércio pessimista e consumidores assustados com a escalada da inflação e do desemprego, a procura pelo velhinho que leva presentes às casas das crianças comportadas na noite de 24 de dezembro caiu vertiginosamente.

Preocupadas, as agências especializadas redefinem as estratégias e tentam, de alguma forma e em cima da hora, minimizar os impactos do prejuízo que já se mostra inevitável. Dono da agência Papai Noel Brasil há cinco anos, o ator Jorge Occhiuzzio está desolado. Ele montou para 2015 um ‘casting’ com 118 papais-noéis, com barba natural e falsa, que ele pretendia oferecer ao comércio e para ações de marketing das empresas com funcionários, clientes e fornecedores. Mas a temporada de contratações começou há duas semanas e apenas 40% de seus atores foram demandados.

“Está muito parado”, preocupa-se. “A crise do Papai Noel existe e é grave”, afirma Occhiuzzio, que vai centrar suas fichas no mercado tradicional do porta em porta – onde os clientes contratam um Papai Noel para entregar o presente a seus filhos na noite de Natal.

“O que está acontecendo é que aquelas pequenas empresas, que eram as que mantinham esse negócio, os supermercados, aquele comerciante que tinha uma farmácia, dois mercadinhos, esses pararam mesmo (de contratar papais-noéis). O que os comerciantes vão fazer é pegar um funcionário, colocar uma barba e fazer ele falar ‘ho-ho-ho’ na porta da loja”, prevê o empreendedor.