Durante os primeiros cinco meses do ano, o preço médio anunciado dos imóveis, sobretudo usados, subiu abaixo da inflação oficial no país. Segundo o Índice FipeZap Ampliado, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de janeiro a maio houve queda real de preços em metade das 16 cidades pesquisadas. Na média, a alta acumulada em 2014 é de 2,98%. Se descontada a inflação (IPCA) prevista para o período, que foi de 3,32% houve uma queda real de 0,34% nos preços.
Em maio, o preço médio do metro quadrado nas 16 cidades contempladas pelo índice repetiu a alta do mês anterior e ficou em 0,49% – acima da inflação prevista para o mês segundo o boletim Focus, do Banco Central, de 0,45%. No entanto, foi a sexta vez seguida que o indicador apresentou desaceleração na variação anual – a alta foi de 11,7% em comparação a maio de 2013.
“Apesar de alguma volatilidade na inflação e no mercado no mês a mês, no acumulado do ano os imóveis perdem para a inflação e a variação em 12 meses também aponta desaceleração”, diz o coordenador FipeZap, Eduardo Zylberstajn. “Isso tudo continua sendo um sinal de que vivemos um momento no mercado imobiliário bem diferente do que víamos até o ano passado.”
Fortaleza lidera o aumento de preços em 2014, com alta nominal de 5,20%, seguida pelo Rio de Janeiro, com 4,74%. Em São Paulo a alta no ano até o momento é de 3,59%, com variação positiva em maio de +0,71%. Porto Alegre e Brasília apresentam as maiores quedas, com recuo de 1,33% e 0,42%, respectivamente. Já em Curitiba, a queda real no preço dos imóveis no mês de maio, em comparação com o mês anterior, foi de 0,68%. No acumulado do ano, entre janeiro e maio de 2014, a queda real foi de 0,33%, porém, na variação anual (últimos 12 meses) houve uma alta de 24,3%.
Correção natural
Zylberstajn aponta que, depois do boom de preços dos últimos anos, o ajuste no mercado imobiliário era “natural de se esperar”, motivado por fatores como demanda mais tímida, desaceleração no crescimento e até mesmo queda de confiança no mercado. “Podemos especular muitos motivos, mas a questão é que a escalada de preços nos últimos anos não era algo comum. Era natural esperar que esse momento fosse acabar, e está ficando cada vez mais claro que ele já passou”, diz.
Em algumas cidades, explica ele, a queda de preços se deu por um aumento substancial na oferta, como em Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte. “Em outras capitais, esse excesso de oferta não foi tão exacerbado, mas a demanda não teve a força que já teve, seja porque o mercado de trabalho teve queda no ritmo, seja porque a oferta de crédito não é mais a mesma vista até o ano passado.”
No recorte detalhado por cidade, o preço médio anunciado por metro quadrado no mês de maio em Curitiba foi de R$ 5.049. Dentre as capitais pesquisadas, o valor mais caro do metro quadrado foi encontrado no Rio de Janeiro, onde os preços chegam a R$ 10.609. O mais baixo fica em Salvador, com R$ 4.375. Em São Paulo a média foi de R$ 8.060. O valor médio nacional ficou em R$ 7.494.
Confira a média de preços por metro quadrado do imóvel no seu bairro, preenchendo os dados da ferramenta de Estatísticas Zap Imóveis clicando aqui.