Ponta Grossa - Empresas paranaenses da indústria de madeira enfrentam um momento crítico com a tarifação norte-americana sobre produtos brasileiros. Municípios como Guarapuava e Quedas do Iguaçu já registram demissões em massa, reflexo direto do aumento das tarifas.

Tarifa dos EUA causa demissão no Paraná
Pelo menos 300 funcionários foram demitidos (Foto: Alceu Jr)

A segunda maior indústria brasileira de beneficiamento de madeira para construção civil, responsável por 20% das exportações do setor para os EUA, anunciou o fim das operações na unidade de Quedas do Iguaçu e a readequação do quadro de funcionários em Guarapuava, onde quase 300 trabalhadores foram desligados.

Conforme Juliano Vieira de Araujo, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), o cenário é de grande preocupação, pois as demissões em grandes empresas como a Milpar podem gerar um “efeito dominó”, afetando também pequenas empresas que prestam serviços e, consequentemente, a oferta de mão de obra qualificada no setor.

“Infelizmente, a gente vê que a questão da negociação entre os governos não está avançando e apesar da questão das ajudas que o governo federal e o governo estadual fizeram, né? As medidas de auxílio para o setor, e o que a gente percebe é que independente dessas medidas, se o produto não conseguir ser vendido, e isso no caso de empresas que são bem dependentes do mercado norte-americano ou parte da sua produção no mercado norte-americano, elas não vão conseguir ter um fluxo de caixa, não vão conseguir ter um custo por muito tempo para conseguir bancar a sua estrutura. Então, realmente, o ponto principal da questão é a negociação da redução da tarifa dos 50%”, disse.

Empresa reforça medidas para minimizar impactos

A empresa, que não concedeu entrevista, emitiu nota afirmando que a decisão foi difícil, mas necessária para manter o negócio e preservar parte dos empregos. Além dos direitos trabalhistas, foram oferecidos benefícios adicionais, como auxílio-alimentação temporário, apoio psicológico e suporte para recolocação profissional.

Trabalhadores buscam novas oportunidades

Muitos dos funcionários desligados se manifestaram em redes sociais profissionais em busca de novas vagas. Embora não queiram gravar entrevistas, destacaram a dificuldade do momento, mas também a solidariedade aos gestores e a esperança de que outras empresas absorvam a mão de obra qualificada.

Sindicato e Agência do Trabalhador atuam na recolocação

O sindicato que representa os trabalhadores em Guarapuava intermediou o processo das demissões. De acordo com Sirlei César de Oliveira, presidente do STICM,

“Sim, nós vamos inclusive vamos cadastrar todas as rescisões de contrato serão homologadas pelo nosso sindicato, né? E nós vamos cadastrar esses trabalhadores com as suas funções específicas e e ver as oportunidades que tem no primeiramente no nosso segmento, no nosso setor, né?

Além disso, a Agência do Trabalhador de Guarapuava vai apoiar a recolocação dos quase 300 profissionais afetados.

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Guilherme Fortunato

Editor

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.

Jornalista há quase 10 anos, especialista em previsão do tempo, coberturas eleitorais, casos policiais e transmissões esportivas. Aborda pautas de acidentes e crimes de repercussão, além de política.