Vale prevê desembolsar R$9 bi com reparações por Brumadinho em 2022
Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Vale planeja desembolsar aproximadamente 9 bilhões de reais em 2022 com reparações relacionadas ao rompimento de barragem de rejeitos de mineração em Brumadinho (MG), disse nesta sexta-feira à Reuters o diretor especial de Reparação e Desenvolvimento da companhia, Marcelo Klein.
O montante previsto não considera os valores que devem ser aportados para indenizações individuais, que estão sendo fechadas.
O colapso da estrutura, que está prestes a completar três anos em 25 de janeiro, liberou uma onda de lama que deixou 270 mortos, além de atingir florestas, rios e comunidades.
Dentre as grandes prioridades para o ano, segundo Klein, está auxiliar o trabalho dos bombeiros para encontrar as últimas seis vítimas fatais do desastre.
Além disso, a empresa trabalha em diversas frentes para reconquistar a confiança da população, entregando não só as reparações pela tragédia, mas todo um trabalho de aproximação com a sociedade e de participação na construção de melhorias no desenvolvimento das regiões onde atua.
Segundo Klein, há uma demanda das comunidades para a mineração agora trabalhar em outro patamar.
“Nós precisamos trabalhar essa relação de confiança que foi abalada, destruída.. estamos construindo um caminho para honrar as pessoas que morreram”,
disse em videoconferência.
Desde 2019, a companhia desembolsou cerca de 18 bilhões de reais com reparações e compensações dos danos sociais e ambientais.
Além disso, cerca de 12 mil pessoas firmaram acordos de indenização cíveis e trabalhistas com a Vale, o que resultou no pagamento de mais de 2,6 bilhões de reais. Pelo menos um familiar de cada empregado, próprio ou terceirizado, falecido no rompimento já fez acordo de indenização com a Vale.
No ano passado, a mineradora fechou um Acordo de Reparação Integral com governo de Minas, ministérios públicos estadual e federal e defensoria pública que rege ações em curso, e que encerrou ações coletivas judiciais. Já os acordos individuais estão sendo realizados separadamente.
(Por Marta Nogueira)