Os vereadores de Curitiba aprovaram em primeiro turno nesta quarta-feira (10) o projeto de iniciativa da Prefeitura Municipal que propõe o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em Curitiba. Por 25 votos positivos e 12 contra, em 2015 será feita a atualização da Planta Genérica de Valores, que é o documento utilizado para a base de cálculo do imposto. O projeto que reajusta o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) também foi acatado, por 22 votos a 13. Uma emenda assinada por diversos vereadores estabeleceu uma alíquota de 2,7% no tributo, em detrimento da proposta original que previa 2,9%.
LEIA TAMBÉM:
Vereadores aprovam orçamento de R$ 7,3 bilhões para Curitiba em 2015
Na prática, o valor do IPTU em 2015 será calculado com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a título de correção monetária, mais 5% sobre o valor referente ao ano de 2014. Tais critérios serão aplicados aos anos de 2016 e 2017.
Valdemir Soares (PRB) e Noemia Rocha alertaram ao risco, com a aprovação, de uma baixa no pagamento dos tributos. ”Devido à inadimplência hoje já existente, o Executivo encaminhou este ano o Refic, aprovado pela Câmara para o parcelamento de dívidas”, lembrou Soares. Tico Kuzma (PROS) se disse contrário porque uma de suas bandeiras no mandato é a redução dos impostos.
“O governo tem que cortar na própria carne, diminuir secretarias que estão por aí”, protestou Chico do Uberaba (PMN). Chicarelli (PSDC) defendeu que o Município encontre outras formas de angariar recursos.
Segundo Professor Galdino (PSDB), “o IPTU terá um amento real de 13% nos próximos três anos” e alertou ao risco de aumento do desemprego no ano que vem. “Com o ‘pibinho’, previsto pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), é de se esperar a demissão de muitos trabalhadores no ano que vem”. Aldemir Manfron (PP), apesar de posicionar-se de forma negativa à decisão do Executivo na tribuna, votou favorável.
Na defesa do projeto, o líder do prefeito, Pedro Paulo (PT), disse que, na prática, em 2015 haverá acréscimo de 12% sobre o valor de IPTU de 2014. Para ele, esta revisão é um dilema vivido em todo o país. “Há um problema nacional em relação à atualização da planta genérica nos municípios”.
Professora Josete (PT) recordou o posicionamento das administrações passadas quanto aos reajustes. “Esta gestão assumiu o governo com quase R$ 600 milhões de dívidas e que até hoje tem consequências. Estamos pagando pela irresponsabilidade dos prefeitos que, desde 2003, não atualizam a planta genérica de Curitiba”.
Rebatendo as afirmações de Chico do Uberaba, a vereadora disse que para imóveis cujo valor venal seja inferior a 140 mil reais, o projeto prevê isenção. Além disso, “está se estabelecendo um índice redutor, para não onerar o cidadão. Está sendo previsto um reajuste pelo IPCA. Para imóveis edificados para o ano de 2015, o cidadão vai pagar o IPCA, mais 5% de reajuste, o que significa 11,46% até 2017”, explicou. Ainda de acordo com ela, “ninguém terá um reajuste superior a 11,56%. Não podemos ficar divulgando informações incorretas para a população”.
O presidente da Comissão de Economia, Serginho do Posto (PSDB), lembrou que o projeto foi amplamente debatido antes de ser votado em plenário. “Nossa parte como vereadores, agora, é cobrar do Executivo um melhor serviço para a população. Isto é a nossa atribuição, sim”.
Com a aprovação em primeiro turno, os projetos retornam à pauta da próxima semana para segunda votação. Se aprovados, serão encaminhados para a sanção do prefeito Gustavo Fruet. A norma entrará em vigor 90 dias após a publicação no Diário Oficial.
Veja a reportagem do RIC Notícias: