
A 5ª Vara da Fazenda Pública emitiu mandados de reintegração de posse para 25 escolas estaduais ocupadas em Curitiba
A Polícia Militar já está no Colégio Estadual do Paraná, no Centro de Curitiba, acompanhada de um oficial de Justiça, para cumprir o mandado de reintegração de posse da escola, que está ocupada por alunos desde o dia 6 de outubro. Os estudantes já realizaram uma assembleia entre si e se recusam a deixar o prédio.
Com gritos de “ocupar é resistir”, os manifestantes ocupam as escadas de acesso ao colégio para impedir a passagem da polícia, que tenta entrar na escola para cumprir o mandado. A porta de entrada foi fechada com uma corrente.
A 5ª Vara da Fazenda Pública emitiu mandados de reintegração de posse para 25 escolas estaduais ocupadas em Curitiba. De acordo com o governo estadual, a capital tem 92 escolas ocupadas.
Negociação
Simultaneamente a tentativa de reintegração de posse do Colégio Estadual do Paraná, representantes do movimento estudantil participavam de uma reunião com o Procurador-Geral do Ministério Público do Paraná (MPPR), Ivonei Spoggia, na sede do MPPR. O procurador tenta mediar uma negociação entre governo e os estudantes para que a desocupação das escolas seja pacífica.
“Existem dois direitos constitucionais em conflito no Paraná, o direito à educação, e temos muitos alunos que querem ter aulas, querem estudar, e o direito à livre manifestação. O papel do Ministério Público é de mediar esse conflito e ajudar os atores a encontrar uma solução”, observou o procurador.
Os representantes do movimento de ocupação se comprometeram a desocupar espontaneamente 24 das escolas com mandado de reintegração de posse, desde que possam se concentrar no Colégio Estadual do Paraná. Para isso, o mandado contra o CEP teria que ser suspenso.
Em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Estado, mais de 20 escolas públicas já foram desocupadas pacificamente e os alunos que lutam contra a reforma no Ensino Médio, proposta pelo Governo Federal, se concentram no Colégio Estadual Polivalente, única escola ainda ocupada na cidade.
O defensor geral do Estado, Sérgio Parigot de Souza, também participou da reunião e disse que o interesse do governo é “sempre dialogar”. A proposta dos estudantes já foi apresentada ao governo que ainda não se manifestou.