Segurança nas escolas: como proteger sem causar pânico
O período de volta às aulas e a detenção de um adolescente na segunda-feira (13), após detonar uma bomba caseira no local onde funcionam duas escolas em Monte Mor (SP), relembram a importância do debate sobre a segurança em instituições de ensino.
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Segundo Fernando Brafmann, CPP e Diretor do Grupo MAGAV, de Curitiba (PR), com mais de 30 anos de experiência em segurança, proteção de pessoas e instalações, antiterrorismo, inteligência e gerenciamento de crises, é preciso que a segurança em escolas seja feita de forma bastante discreta, mais eficaz.
“As escolas têm uma peculiaridade muito interessante porque, ao mesmo tempo que a gente precisa colocar muita segurança, pois ali temos nosso maior bem, nossos filhos, precisamos manter um ambiente amigável, receptivo. Não posso transformar em um local como um banco, onde as medidas de segurança são muito visíveis”, explica Brafmann.
Nos últimos anos, o Brasil teve alguns casos de ataques a escolas, por agressores ativos, como em Suzano, Realengo, e este de Monte Mor, que quase acabou em tragédia.
E todos seguem mais ou menos o mesmo padrão, que também ocorre internacionalmente. “São alunos ou ex-alunos que vão para a escola para uma questão de reafirmação pessoal, de vingança, sendo agressivos com estudantes, professores ou a estrutura física”, diz Brafmann.
Brafmann fala sobre a importância do país começar a se atentar sobre esse tema e iniciar as medidas de segurança o quanto antes.
“Chegou a hora do Brasil prestar atenção nesse assunto, porque as medidas preventivas têm uma função gigantesca no gerenciamento de crise e na diminuição dos danos. E quando falamos em medidas de proteção, dividimos em três grandes grupos. O primeiro é a proteção física (muros, grades, cercas, portões e cadeados). O segundo são os recursos tecnológicos (alarmes, câmeras, sensores de movimento e botões de pânico). E a terceira parte são os procedimentos humanos: desde vigilantes, professores treinados e equipe preparada para enfrentar situações de violência. A ideia não é levar arma pra dentro da escola e sim, treinar as pessoas para identificar o problema antes e minimizar os danos”, orienta o especialista.
De forma geral, as principais preocupações tanto das famílias quanto da Direção são uso e tráfico de drogas, violência sexual, brigas, bullying e, por último, vandalismo e patrimônio. E, nos últimos anos, a questão do risco de um atirador ativo. A identificação do suspeito antes dele cometer um ato é delicada, mas possível.
“Existem sinais indicativos e a escola, que é o local onde esses jovens passam a maior parte do tempo, tem todas as condições de manter essa atenção e identificar antecipadamente potenciais riscos. Então é importante que as equipes de pedagogia e psicologia estejam treinadas e preparadas para identificar esses sinais antes”, analisa.
Outra preocupação é o contexto de violência urbana como um todo nos grandes centros. “As escolas precisam criar mecanismos de proteção nas zonas mais críticas, como embarque e desembarque, onde se formam filas de veículos que são frequentemente vítimas de assaltos. Isso pode ser minimizado com a colocação de inspetores, câmeras e solicitação de apoio às forças públicas”, orienta Brafmann.
Mesmo com toda essa preocupação, é preciso lembrar sempre do objetivo da escola: “Não podemos trazer pânico e sensação de medo para alunos, famílias e equipe escolar. As medidas precisam ser feitas de forma sutil, preservando o ambiente de harmonia para o crescimento das crianças”, finaliza.
É justamente na prevenção que há 12 anos o Grupo MAGAV presta consultoria de segurança patrimonial e organizacional utilizando técnicas israelenses, com forte presença em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
“Recentemente ampliamos nossa área de atuação com o objetivo de levar segurança ao maior número de clientes, e um dos nichos é justamente o de instituições de ensino, que carecem de uma visão profissional, atualizada e com foco em prevenção. Além de outros segmentos como condomínios, cibersegurança, hotéis, hospitais, eventos e propriedades rurais”, comenta o CEO do Grupo MAGAV, Átila Cordova.