O cineasta Cyrus Nowrasteh, diretor do filme ‘Dark Horse’, que contará a história do ex-presidente Jair Bolsonaro, comentou publicamente pela primeira vez sobre o projeto.
Em entrevista à BBC Brasil, Nowrasteh afirmou que o filme apresentará um retrato “complexo e honesto” do político brasileiro. Segundo ele, a produção também abordará o atentado a faca sofrido por Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, episódio que, na avaliação do diretor, ainda levanta questionamentos.
O diretor contou que estava desenvolvendo outro projeto para ser feito no Brasil quando foi apresentado à produtora GoUp Entertainment, de Karina Ferreira da Gama, e ao deputado federal Mário Frias (PL–SP), que teve a ideia do filme.
“Eles queriam fazer algo sobre Bolsonaro. Fiquei impressionado com o Mário e com a paixão dele pelo projeto. Eu sabia que Bolsonaro era uma figura controversa e polarizadora, mas também muito querida”, disse o diretor.
De acordo com Frias, a narrativa do filme será construída a partir de lembranças do ex-presidente durante cirurgias, utilizando flashbacks para recontar episódios de sua vida pessoal e política. O longa deve se encerrar com a vitória eleitoral de Bolsonaro em 2018.
Nowrasteh descreve o filme como um thriller político contemporâneo que “ajudará a iluminar muito do que está acontecendo no Brasil e no mundo.”
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As filmagens de ‘Dark Horse’ foram encerradas neste mês. O ator Jim Caviezel, conhecido por interpretar Jesus em ‘A Paixão de Cristo’, dará vida ao ex-presidente. A estreia do filme está prevista para 2026.
Diretor de filme sobre Bolsonaro é conhecido por produções com apelo cristão e político
Reconhecido por produções com viés cristão e político, Cyrus Nowrasteh já atuou como coautor do roteiro de ‘Jenipapo’, dirigido por Monique Gardenberg. Seu trabalho mais conhecido, no entanto, é ‘O Apedrejamento de Soraya M.’, que retrata a condenação injusta de uma mulher no Irã. Ele também dirigiu ‘Sequestro Internacional’ e ‘Sarah’s Oil’, filmes que abordam fé, perseguição religiosa e conflitos sociais.
Ao comentar sobre ‘Dark Horse’, Nowrasteh comparou o seu trabalho ao de cineastas como Costa-Gravas e Oliver Stone, nome por trás do documentário ‘Lula‘, que retrata a trajetória do presidente brasileiro nos anos que antecederam as eleições de 2022.
“Todos se concentram em temas polarizadores e questionam vigorosamente as ‘visões aceitas’. Essa é uma tradição longa e nobre. Estou apenas fazendo o mesmo”, comparou Nowrasteh.
*Com supervisão de Jorge de Sousa
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Estagiário de jornalismo
Caio Stelmatchuk é estudante de jornalismo na PUCPR, dedica-se a pautas de Cotidiano, Segurança e Economia.
