Foz do Iguaçu - O governador do Paraná, Ratinho Jr (PSD), assinou nesta quarta-feira (28), o contrato para instalação de uma unidade do museu internacional Centre Pompidou, em Foz do Iguaçu, no oeste do estado. O encontro com Laurent Le Bon, diretor do museu, aconteceu em Paris, na capital francesa, durante a viagem da comitiva paranaense pela França.

Centro Pompidou do Paraná será construído ao lado do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu
Centro Pompidou do Paraná será construído ao lado do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu (Foto: Divulgação)

Esta será a primeira filial do Pompidou na América. A instituição conta com um acervo com mais de 150 mil obras de arte moderna e contemporânea. Além da matriz em Paris, o museu tem ‘antena’ (filial) na Bélgica, na Espanha e na China.

O Centro Pompidou Paraná deve ter acessos bastante imersivos, grandes salões que vão ajudar a moldar as exposições e uma área central que funcionará como um ponto de observação e encontros. “Este é um momento que inaugura não apenas um novo capítulo da história cultural do Paraná, mas também um gesto concreto de diplomacia cultural entre Brasil e França”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Luciana Casagrande Pereira.

O novo espaço será construído ao lado do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. A licitação deve acontecer ainda neste ano e a previsão de inauguração é para 2027, com investimento de cerca de R$ 200 milhões do Estado.

Projeto Centro Pompidou Paraná

O projeto Centro Pompidou Paraná é assinado pelo arquiteto paraguaio Solano Benítez. Reconhecido por unir saberes tradicionais e soluções contemporâneas em obras de forte impacto social, ele propõe uma arquitetura que valoriza a convivência, a simplicidade e a relação com o território.

O arquiteto propõe um projeto com base em materiais simples, como o tijolo, produzido com a terra de Foz do Iguaçu – e que pode inclusive ser extraído da própria área onde ele será construído – capaz de dialogar com a paisagem local e com a experiência cotidiana da população.

Museu internacional terá uma ampla área de lazer com salas, restaurantes e espaços para reuniões
Museu internacional terá uma ampla área de lazer com salas, restaurantes e espaços para reuniões (Foto: Divulgação)

Para ele, usar o mesmo material que se encontra nas casas da cidade é também uma forma de inclusão. “Se você consegue fazer uma obra extraordinária com aquilo que uma pessoa comum tem à disposição, você está mostrando a ela novas possibilidades de vida.”

O museu será construído com um sistema que une tijolos romanos e concreto armado, combinando técnicas ancestrais com soluções industriais modernas. A proposta parte da ideia de que não é preciso negar o passado para inovar – mas utilizar-se do conhecimento anterior para avançar a partir ele.

“O tijolo tem três mil anos de história. Se eu consigo fazer uma pequena modificação nele, estou respeitando a tradição e, ao mesmo tempo, propondo algo novo”, afirma.

Benítez, que venceu o Leão de Ouro na Bienal de Veneza em 2016, é conhecido por criar estruturas com forte apelo estético a partir de elementos simples. Obras como a Escola de Música de Paraguarí, no Paraguai, e o Pavilhão Paraguaio da Bienal de Veneza, erguido com painéis de tijolo moldados à mão, são exemplos de como a sua arquitetura alia beleza, engenhosidade e função social.

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Guilherme Becker
Guilherme Becker

Editor

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.

Guilherme Becker é formado em Jornalismo pela PUCPR, especializado em jornalismo digital. Possui grande experiência em pautas de Segurança Pública, Cotidiano, Gastronomia, Cultura e Eventos.