Quando o ódio viraliza: produções que dividiram o mundo
Nem todo sucesso é sinônimo de aplausos. Algumas produções se tornaram fenômenos por um motivo inverso: o repúdio coletivo. Portanto, listamos os filmes e séries mais odiados do mundo, analisando os fatores que transformaram essas obras em alvos de críticas, memes e protestos online. Com base em rankings, críticas especializadas e reações de público, mergulhamos nos bastidores da rejeição.
O que leva uma obra a ser tão rejeitada?
A indústria do entretenimento já viu grandes fracassos. Porém, há uma diferença entre baixa audiência e ódio massivo. Sobretudo, nos casos mais extremos, a indignação é alimentada por roteiros incoerentes, representações problemáticas, finais frustrantes ou até decisões criativas que ignoram o que os fãs esperavam.
Segundo a Rotten Tomatoes, obras com notas abaixo de 20% raramente escapam da rejeição total. Aliás, a revista Time já destacou que a cultura pop, hoje guiada por redes sociais, intensifica reações negativas, potencializando o cancelamento de obras que desagradam.
Filmes e séries mais odiados do mundo que causaram revolta
“Dragonball Evolution” — uma traição aos fãs
Com nota 2.6/10 no IMDb, “Dragonball Evolution” (2009) é um exemplo clássico. A adaptação hollywoodiana do anime japonês foi amplamente criticada por ignorar completamente a essência dos personagens. Desse modo, Akira Toriyama, criador original da franquia, chegou a dizer que o filme era “tão distante da história original que preferia que não levasse o mesmo nome”.
O final de “Game of Thrones” — de épico a desastre
A última temporada da série da HBO, especialmente seu episódio final, gerou tamanha revolta que mais de 1,8 milhão de pessoas assinaram uma petição no Change.org pedindo que a produção fosse refeita. Sobretudo, a pressa na conclusão e decisões mal fundamentadas deixaram os fãs desiludidos com o desfecho da saga que durou quase uma década.
“House of the Dragon”? Não, “Eragon” (2006)
Baseado no livro homônimo, “Eragon” prometia ser o novo “Senhor dos Anéis”. Entretanto, a adaptação cinematográfica ignorou elementos essenciais do livro, resultando em uma narrativa rasa e apressada. A crítica do The Guardian chamou o longa de “uma bomba que desrespeita seus leitores”.
Produções que desafiaram tabus e pagaram o preço
Nem sempre o ódio coletivo é resultado de má qualidade. Então, alguns filmes e séries foram rejeitados por desafiarem valores sociais ou apresentarem mensagens controversas.
“Cuties” (2020) — polêmica mundial
O filme francês “Cuties”, lançado pela Netflix, foi alvo de críticas por suposta sexualização de crianças. Embora a intenção da diretora Maïmouna Doucouré fosse denunciar esse tipo de exploração, a execução foi mal interpretada. Dessa forma, o Senado dos EUA chegou a notificar a Netflix, exigindo explicações sobre o conteúdo.
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“365 Dias” — erotismo sem responsabilidade
Apesar de sua popularidade inicial, o filme polonês “365 Dias” foi amplamente condenado por romantizar relacionamentos abusivos. Assim, a crítica especializada o considerou perigoso por banalizar a violência sexual. Ainda assim, o filme teve sequência, gerando mais controvérsias.
O papel das redes sociais na amplificação do ódio
Antigamente, o fracasso de uma obra se media por bilheteria. Hoje, as redes sociais mudaram o jogo. Um filme pode estrear em alta e, em poucas horas, virar piada global. Hashtags como #WorstMovieEver e #JusticeForFans se tornaram comuns em lançamentos mal recebidos.
Com isso, segundo um estudo da Pew Research Center, 63% dos jovens de 18 a 29 anos afirmam formar sua opinião sobre filmes e séries a partir de memes e reações online.
Por que continuamos assistindo aos filmes e séries mais odiados do mundo?
Mesmo com toda a rejeição, muitos continuam assistindo a essas obras. O fenômeno conhecido como “hate-watching” é real. Aliás, a psicóloga americana Pamela Rutledge, do Media Psychology Research Center, explica que “assistir algo ruim em grupo pode criar um senso de comunidade, um espaço de crítica e humor compartilhado”.
Além disso, a curiosidade em entender por que algo é tão mal falado também impulsiona a audiência. Em tempos de FOMO (Fear of Missing Out), ninguém quer ficar de fora da discussão.
Quando odiar também é cultura pop
Ao mesmo tempo em que rejeitamos certas produções, também as tornamos parte da cultura pop. Fracassos como “Cats” (2019) geram memes, reações e vídeos de análise que viralizam tanto quanto os sucessos. O que era para ser esquecido acaba eternizado nas redes — como um alerta, uma piada ou, quem sabe, um culto underground.
A verdade é que os filmes e séries mais odiados do mundo revelam muito sobre o que esperamos da arte e do entretenimento. E, mais do que nunca, mostram como o público tem poder real sobre a reputação de qualquer obra.
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