Nas redes sociais, o senador Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou Walter Salles, diretor de ‘Ainda Estou Aqui’, filme vencedor do Oscar de ‘Melhor Filme Internacional’. Na manhã da última terça-feira (4), o filho do ex-presidente classificou, indiretamente, Salles como um “psicopata cínico”.

As falas do parlamentar vieram como resposta a uma declaração do diretor, que descorreu em entrevista, após a premiação em Los Angeles, sobre a “fragilização crescente da democracia nos Estados Unidos”.
“A gente está vivendo algo aqui (nos Estados Unidos) que eu não esperava ver tão cedo. A gente está vendo um processo de fragilização crescente da democracia, e esse processo está acelerando cada vez mais”, disse Salles.
Eduardo Bolsonaro rebateu as críticas do cineasta aos Estados Unidos, alegando que o governo de Donald Trump garante o “sagrado direito” da liberdade de expressão. Ele ainda justifica o título de “psicopata” atribuído a Salles.
“Acredito que o sujeito que bate palmas para prisão de mães de família, idosos e trabalhadores inocentes, enquanto faz filme de uma ditadura inexistente e reclama do governo americano que lhe dá todos os direitos e garantias para que suas reclamações públicas e mentirosas sejam respeitadas pelo sagrado direito da liberdade de expressão, define em essência o conceito do psicopata cínico”, explicou.
O senador da república também comparou a situação política americana à brasileira, no atual momento.
“Se qualquer brasileiro fizer essa mesma crítica ao regime instaurado pelo Alexandre de Moraes, que Walter Salles aplaude e legitima, estaria com certeza na cadeia. Deve ser realmente muito difícil viver na ditadura americana”, escreveu Eduardo.
Jair Bolsonaro não viu Ainda Estou Aqui
Seguindo a linha da família, o ex-presidente da república, Jair Bolsonaro, já havia declarado em entrevista ao jornalista Leo Dias, que não assistiu ‘Ainda Estou Aqui’ e criticou a mensagem do filme de Walter Salles.
“Eu não tenho tempo de ver filme, até ler livro é quase impossível pra mim”, disse.
Em entrevista à CNN dos Estados Unidos, Salles ressaltou que parte da demora na produção do longa foi ocasionada pelo governo Bolsonaro, classificado pelo cineasta como de “extrema direita”.
“Também demorou sete anos porque, durante quatro anos, o país se virou para a extrema direita, e nunca teríamos tido a possibilidade de filmar durante esse período. Portanto, o filme é produto do retorno da democracia ao Brasil”, declarou.
Bolsonaro rebateu as críticas do diretor, questionando a falta de possibilidade da realização de ‘Ainda Estou Aqui’ entre 2018 e 2022, ainda citando a Lei Rouanet, e declarando que não perseguiu ninguém enquanto esteve no cargo de poder máximo executivo do país.
“Eu proibi algum filme no meu governo? Eu arrumei a Lei Rouanet, se bem que não tem Lei Rouanet nesse filme. Eu não persegui ninguém. Meu governo não perseguiu ninguém”, explicou o ex-presidente.
*Com supervisão de Jorge de Sousa.
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