A greve dos professores das escolas municipais de Curitiba deixou 80 mil crianças e adolescentes sem atendimento nas escolas e Centros Municipais de Educação Infantil, nesta segunda-feira (17), de acordo com balanço divulgado pela prefeitura de Curitiba. Estão matriculadas 142 mil crianças e adolescentes na rede municipal de ensino da Capital.

O Sindicato do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) informou que 90% das escolas permaneceram fechadas. Segundo balanço da prefeitura, 131 unidades de ensino não abriram as portas e apenas 26 mantiveram o funcionamento nesta segunda-feira (17).

Cerca de 7 mil professores participaram de uma manifestação nas ruas de Curitiba em direção à sede da prefeitura, no Centro Cívico. Um reunião entre representantes do Sismmac e da prefeitura está marcada para ocorrer a partir das 13 horas. Os trabalhadores irão se reunir em assembleia após a reunião para definir se continuam com a paralisação.

Os trabalhadores da educação só devem retornar ao trabalho se as pautas de reivindicações forem plenamente atendidas, segundo o diretor do Sismmac, João Ruffato. “Não queríamos ter começado a greve, mas estamos alertando a prefeitura sobre essa situação há muito tempo”, afirma. A principal reivindicação da categoria é a contratação imediata de 500 professores que estariam faltando para atender às escolas. Os professores também querem a mudança de jornada das escolas do 6º ao 9º ano e exigem a apresentação de uma proposta que altere o Plano de Carreira para a valorização do tempo de serviço.

Em entrevista ao programa Balanço Geral, o prefeito Gustavo Fruet, afirma que há um déficit acumulado ao longo dos anos na educação do município e que 400 docentes estão sendo contratados no município. Fruet afirmou que houve um aumento real de investimento em Educação na Capital. “Vamos transformar a profissão educadores em carreira de professor da educação infantil. O plano de cargos e salários é uma mexida em toda a estrutura. Os direitor serão mantidos, mas estamos discutindo como se dará a progressão, vamos levar em conta também o tempo de serviço”, diz.

Paralisação nacional

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) convocou para os próximos três dias, a contar de hoje (17), uma greve nacional dos professores.

O órgão, que representa mais de 3 milhões de educadores das redes públicas de educação básica, reivindica o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada; investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria; votação imediata do Plano Nacional de Educação (PNE); destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública.

De acordo com a CNTE, na próxima quarta-feira (19), mais de 5 mil pessoas de todo o país estarão reunidas na capital federal, a partir das 9h, para um ato em defesa da educação, em uma tenda que será montada em frente ao Congresso Nacional.