Ele tem 25 anos e busca viver do que sempre sonhou, a música. Simão é um cantor de Santa Catarina, que pouco a pouco tem conquistado cada vez mais ouvintes fora de sua região e Curitiba é uma das cidades mais ouve sua música. O artista, já coleciona composições com nomes como Vitor Kley e Atitude 67, se lançou como cantor em 2020, fazendo parte dessa “nova galera” da música brasileira que faz música pop com sentimento.

Ao RIC Mais, Simão disse que Curitiba sempre foi uma cidade importante para ele, principalmente pela proximidade com Itajaí, sua cidade. “Antes da quarentena a gente vinha fazendo muitos shows e em Curitiba estávamos pelo menos uma vez por mês. Sempre foi muito legal saber que uma cidade desse tamanho me recebia para fazer show”. 

Curitiba ser uma das cidades que mais ouve seu som é motivo de orgulho. “Acho que tem ligação por eu morar em Itajaí, onde tem praia, e que no verão acaba vindo muita gente de Curitiba. Como sempre me apresentei muito na praia, meu público acabou virando também uma galera jovem, que vem sempre de Curitiba”. 

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Foto: Reprodução/Instagram.

Simão contou que a música está em sua essência. “Desde criança sempre fui muito musical, até mesmo por conta de meu pai ser músico. Ele me dava aula de música e ele sempre escreveu muito, escreveu o hino da cidade aqui em Itajaí, então eu sempre fui muito envolvido por conta dele”. 

Ao longo dos anos, foi surgindo o Simão artista, mas primeiro compondo. “Fui conhecendo pessoas, o próprio Vitor Kley, que também foi sempre um grande parceiro de composição. Também fiz música com o pessoal do Atitude 67”.

Ver o que você escreveu na voz de outras pessoas é muito gratificante, surpreendente, curto muito isso”. 

Há pelo menos dois anos, surgiu a vontade de dar um passo além na carreira e se lançar como cantor. Afinal de contas, a música esteve sempre ali com ele, só faltava mesmo por a voz. “Primeiro montei uma equipe, uma banda, e saímos para tocar. Toquei muito, fiz muito barzinho, depois toquei mais de um ano em vários locais que artistas grandes tocaram e sem ter músicas lançadas. Eu sempre usei muito as músicas que eu sabia que a galera ia gostar”. 

Neste ano, Simão lançou Seu Nome, sua primeira música de trabalho. “Uma música que ficou guardada por um tempo porque eu achava que ainda não era a hora. Foi tudo programado, não ter música lançada e estar tocando, para pegar experiência também“.

Não era esperado lançar em meio a uma pandemia, mas o planejamento era para ser 2020 e conseguimos manter isso”. 

Em busca de espaço na música brasileira e independente

A busca pelo espaço nem sempre é fácil para artistas que estão começando, principalmente quando “se rema contra a maré” de estilos que são mais populares. Mas Simão não tem pressa, tem compreensão. “É igual uma escada, vamos seguindo degrau por degrau”.

Não adianta ir com muita sede ao pote, porque você pode se decepcionar muito”. 

Simão disse que tem encarado com tranquilidade o caminho que escolheu viver. “Sou um cara bem tranquilo quanto a essa questão de engrenar a carreira. Sei que é um passo de cada vez. Esse meu momento, essa caminhada, estou aproveitando e usando muito para compor e caminhando porque sei que a estrada está aí e a gente tem que seguir”. 

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Foto: Reprodução/Instagram.

Influências musicais são bem variadas, destaca Simão

Um dos pontos mais fortes do lado musical de Simão é a falta de preconceito musical. Por ter crescido numa família livre disso, suas influências acabaram sendo várias. “Isso é meio louco porque sou um cara que escuta de tudo, muito por influência do meu pai. Escutei muito Belchior, Caetano, Zé Ramalho. Na minha adolescência escutei muito Armandinho, Da Zaranha. Isso também foi para o lado da composição”.

Não ter preconceito musical permitiu a Simão abrir o leque e se envolver com estilos musicais diferentes, o fazendo aprender. “Escrevi um samba com o pessoal do Atitude 67, que não é a minha praia, mas fiz. Isso também trago muito para o show, gosto de misturar“.

“Hoje minhas músicas têm uma veia pop, a carreira caminha para isso, mas não tenho preconceito nenhum com isso”. 

Simão disse se espelhar também nos novos artistas, que abriram caminho para o que chamamos de “nova MPB”, como Anavitória e Tiago Iorc, mas também seu padrinho Vitor Kley. “Eles abriram essa via do pop, nesse mercado que não estava tão aberto e hoje vemos mais fácil”.

“O Brasil está sempre em constante evolução na música, pagode já foi forte, sertanejo e agora essa fase do pop que tá rolando e tendo espaço onde antes era mais difícil”.

Veja a entrevista completa com Simão, cantor catarinense que conquistou Curitiba:

Para o catarinense, é especial saber que faz parte de uma nova leva musical. “É muito legal fazer parte disso, espero que as portas se abram ainda mais, que tenhamos um mercado ainda mais aberto para nós artistas chegarmos”.

https://youtu.be/VhH9eqRK_6s

Muito trabalho, mesmo em meio à pandemia

Durante a pandemia, Simão lançou mais uma música, Domingo. A ideia, como destacou o cantor, foi manter a programação de lançamentos mesmo em meio ao período critico que estamos vivendo. “Também acabei aproveitando o momento de isolamento para gravar as trilhas que quero por no show no ano que vem. Tenho trabalhado bastante”. 

Para o ano que vem, Simão quer continuar lançando seus trabalhos inéditos e prepara, claro, um novo show. “Tenho certeza que em 2021 teremos vacina, vamos poder fazer show. Isso tudo nos mostrou que coisas como essas [pandemia] podem acontecer a qualquer momento, por isso as pessoas vão valorizar mais. Acho que a música traz muita alegria. Eu mesmo durante a quarentena já não sou mais a mesma pessoa de antes. Sinto muito a falta de fazer show e em 2021 quero voltar a fazer”.