A cantora Elba Ramalho, que se apresenta em Curitiba nos próximos dois finais de semana, no Teatro da Caixa, concedeu entrevista à blogueira Claudia Cozzella. Ela fala sobre sua carreira e planos para o futuro. Confira:

Claudia: Como começou sua experiência musical? Você era filha de um músico? 

Elba: Meu pai era músico, tocava saxofone e minha família gostava de se reunir em volta do rádio e ficar cantarolando. O rádio era um grande difusor, num momento em que Ataulfo Alves, Vicente Celestino e Luiz Gonzaga eram figuras constantes nas rádios. Meu pai era dono do único cinema, então as artes já faziam parte da nossa vida.
Claudia: Você chegou a cursar faculdade de Economia e Sociologia? Fale sobre isso, ficamos curiosos. 
Elba: Na verdade ingressei nos dois cursos, por pressão da família e para me sentir engajada. Só que o que eu realmente queria era representar. Eu não sabia ao certo se queria ser atriz ou cantora. Eu queria estar no palco. A faculdade era onde tudo acontecia e fomentavam novas ideias e movimentos. A faculdade era importante para estar antenada com o que acontecia pelo mundo.
Claudia: Você já foi atriz? Buscava com isso uma relação com a música ou eram paixões diferentes? 
Elba: Difícil dizer. Desde muito cedo me sentia realizada no palco.  Queria ser uma atriz completa, que pudesse cantar, dançar e atuar. A primeira vez que subi no palco, foi participando do grupo de teatro do colégio, recitando um poema de Manoel Bandeira, que me lembro bem até hoje. Se chamava “Evocação ao Recife” !
Claudia: Com sua notável carreira, você cantou ao lado de lendas como  Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Como era essa parceria, essa amizade? 
Elba: Realmente me sinto muito privilegiada.  Me tornei cantora pelas mãos de Chico Buarque, como atriz, na Ópera do Malandro. Quando Chico Buarque me convidou para participar do seu disco, tudo mudou.Naquele momento, eu começava a minha carreira como cantora, cantando “ O meu amor”, no disco do Chico; que se chamava Samambaia. Fazendo a opção pela música, era natural que minhas raízes me levassem até Gonzagão. E por consequência Dominguinhos.   A convivência com “Seu Luiz” foi maravilhosa.  No dia do nascimento do meu filho,  ele estava comigo na casa da minha irmã, em Campina Grande, em pleno São João.  Estávamos almoçando, dançando baião e a bolsa estourou. Foi todo mundo para a maternidade. Ele foi uma das primeiras pessoas que seguraram meu filho no colo. E Dominguinhos é um caso de amor. Não existe Elba sem Dominguinhos. Eu gravei 31 músicas de Dominguinhos e talvez o maior sucesso da minha carreira seja “ De volta pro aconchego”. Foram grandes mestres e pessoas próximas que foram muito importantes na minha vida. Eles estão sempre em minhas orações.
Claudia: Você adotou três meninas e para as três deu o nome de Maria. O que esse nome significa para você? 
Elba: Maria é a Mãe Santíssima. É a Virgem Maria, mãe de Jesus. Tenho profunda devoção e uma forma singela de homenagear e de pedir proteção para as minhas filhas. Maria Clara, Maria Paula e Maria Esperança.
Claudia: Pode falar sobre seus projetos para 2013, 2014?
Elba: Em 2013, cumpro muitos shows do lançamento do disco “Vambora lá dançar”. Participo pela quarta vez do Rock in Rio e mantenho um ritmo bem puxado de trabalho. Para 2014, tenho muitas ideias, mas ainda não decidi. Na verdade, todos os projetos que tenho em mente são muito bons. A decisão é que é difícil.