O Museu Oscar Niemeyer (MON) vai expor até o próximo domingo (3) a mostra Zero – movimento alemão de vanguarda do século XX –, que conta com 24 obras de artistas da Europa e América do Sul. Nelas, são revelados os modernos modos de pensamento e de trabalho da Zero, em meio ao contexto internacional do período pós-guerra guerra (final da década de 1950 e início da década de 1960).
“A exposição reflete a mútua tomada de influências de artistas de ambos os continentes e amplia esse diálogo em torno de abordagens sul-americanas selecionadas que se aproximam formalmente do grupo Zero”, aponta a curadora Heike van den Valentyn.
As obras refletem as relações entre artistas europeus, como Yves Klein, Günther Uecker, Otto Piene e Hans Haacke, e sul-americanos, como Lucio Fontana, Almir Mavignier e Jesús Rafael Soto. O diálogo artístico é ampliado ainda com as obras de Hércules Barsotti, Lygia Clark e Abraham Palatnik (Brasil) e Gego (Venezuela), assim como Gyula Kosice (Argentina).
No último dia da exposição haverá apresentação de dança com o grupo de balé do Teatro Guaíra: “Suporte para Violetas”, às 15h, e visita mediada pela exposição com Fabricio Vaz Nunes, professor de História da Arte na Escola de Belas Artes e Músicas do Paraná (Embap), às 16h30.
A exposição segue depois para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre e, em seguida, para a Pinacoteca do Estado de São Paulo.
ZERO
Nos anos 1950, um grupo de artistas alemães tentou criar um novo conceito artístico ao proclamar o nascimento da arte do pós-guerra no país europeu. Em praticamente uma década, o grupo se transformou em um dos mais conceituados movimentos de vanguarda do século 20. Otto Piene, Heinz Mack e Günther Uecker foram os nomes que marcaram o início desta nova vanguarda.
Zero designou um novo começo em termos históricos e artísticos por ter deixado princípios da arte para trás. Em 1950, na sequência de experiências opressivas da guerra e em distinção do expressionismo abstrato europeu de pintura gestual, o informalismo, Zero elaborou conscientemente uma linguagem monocromática pictórica repleta de luz.