A cantora Fernanda Takai divulgou na última quarta-feira, 30, em Curitiba, o seu álbum “Na Medida do Impossível”. Gravado em Belo Horizonte, com a produção de John Ulhoa, esposo da cantora e companheiro da Banda Pato Fu, o álbum foi lançado no dia 18 de março. O Acontece Curitiba acompanhou tudo de pertinho e conseguiu bater um papo com a cantora.

Confira a entrevista:

A.C – Como foi o processo de produção deste álbum, as suas referências?

F.T – Esse disco estava rascunhado na minha cabeça já faz algum tempo, mas eu comecei a trabalhar nele mesmo em março do ano passado. Comecei a convidar as pessoas, a fazer as músicas novas e a parte de estúdio aconteceu entre setembro e dezembro do ano passado.

Eu fiz um trabalho não só de cantora, mas de produtora. Foi muito legal fazer isso e eu sou meio que chefe de excursão, porque quando sai em bando eu é que escolho restaurante, eu é que vejo se tem ponto turístico na cidade. Eu gosto de organizar as coisas e neste disco eu fiz isso bastante, até porque tinha muita gente envolvida.

A.C – A faixa 7 do seu disco  é um clássico: “Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme”. A deia de regravá-la foi em busca de fazer uma homenagem a Reginaldo Rossi? Como foi o convite para cantar com a Zélia Duncan esta música?

F.T – A ideia de cantar essa música foi minha. A gente gravou a música quando ele estava vivo, mas ele não ouviu a versão finalizada. Ele já sabia que eu Zélia tínhamos cantado essa música lá em Recife em 2011 com um tom mais festivo, em frevo. No disco ela está com um arranjo mais chique, mas com certeza lá de cima ele (Reginaldo Rossi) ouviu.

A.C – Ainda falando das faixas do álbum, como foi o processo para conseguir a liberação da nova versão de “Heal The Pain”, de George Michael?

F.T – É muito difícil você fazer uma versão de uma música muito conhecida sem “machucá-la”, a versão é muito fiel à letra original. A gente mandou para a editora do George Michael, lá na Inglaterra, para avaliação e acharam a versão boa. Também queriam saber quem iria gravar e eu e o Samuel (Samuel Rosa, do Skank) mandamos um currículo contando um pouquinho da gente. Eles viram que não era qualquer um que ia gravar e essa foi a última autorização do disco todo.

A.C – O show “Na Medida do Impossível” vem à Curitiba quando? E o Pato Fu lança algum álbum para este ano também? Já tem alguma previsão?

F.T – O meu show da minha turnê é a partir de agosto, então até outubro, novembro eu devo vir à Curitiba. O Pato Fu grava durante a Copa, mas o disco só sai no ano que vem. Ainda não sei se já está certo de acontecer o evento da Copa, mas se caso confirmar o Pato Fu está escalado para tocar na festa da Copa aqui em Curitiba.

“Na medida do impossível” é um álbum íntimo, livre de imposições. Tudo à primeira vistaparece meio caótico musicalmente, mas foi pelas arestas que encontrei o encaixe de mundos tão distintos. Não pelo insólito. Pela nobreza de cada voz, compositor e músico que participa desse caminho. Gente que ouvi muito durante minha vida, gente que cresceu profissionalmente à mesma época que eu, autores que talvez gerações desconheçam, parcerias que soam como sacrilégio ou privilégio.