A exposição “Frida Kahlo – As Suas Fotografias”, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer (MON), bateu recorde mundial de visitas em Curitiba. A mostra, aberta em 17 de julho, foi prorrogada até o final deste mês e termina no próximo domingo (30). As fotografias da artista mexicana passaram pelo México, Portugal e Estados Unidos. Em Curitiba, única cidade do país a receber as 240 fotos do acervo pessoal da artista, mais de 160 mil visitas foram registradas.
Em 2015 a mostra vai para o museu Marta Hertford, na Alemanha. As imagens colecionadas pela própria Frida desde a sua infância foram registradas por dois fotógrafos profissionais de sua família – seu pai, Guillhermo, e seu avô materno. Há também alguns momentos eternizados pela alemã Gisèle Freund e pelo húngaro Nickolas Muray, dois fotógrafos que conviveram com a artista por anos, além de imagens captadas pela própria artista. Algumas fotos tem anotações feitas pela pintora, marcas de batom e até recortes em que ela mesma se exclui das imagens.
O público que visita a exposição pode conhecer a intimidade de uma das personagens mais marcantes da história do México. “São muitos detalhes sobre a vida pessoal dela. Mesmo assistindo ao filme a gente acaba descobrindo aqui coisas incríveis sobre ela” comenta Leyla Joaquim, bióloga que mora em Salvador. Ela veio passar o final do ano com a família em Curitiba e aproveitou para ver a exposição.
A aposentada Odilair Ribas de Oliveira, 71 anos, diz que a cidade de Curitiba foi privilegiada ao receber a exposição. “É muito bonita, vale a pena ver”, recomenda.
A exposição
A mostra é dividida em seis seções. A primeira retrata os pais da artista mexicana, com as numerosas imagens de seu pai, que fotografava a si mesmo em diferentes ocasiões, o que deixou uma marca permanente na pintora: o autorretrato.
A segunda destaca a Casa Azul, as primeiras poses de Frida para seu pai e as diversas reuniões que lá aconteceram. A Casa Azul foi a residência dos pais da pintora, no bairro de Cocoyacán, na Cidade do México, e atualmente abriga o Museu Frida Kahlo, de onde vieram as fotografias da exposição. A terceira seção revela o lado íntimo da artista. Há imagens feitas, e estilizadas por ela, recortes fotográficos mutilados, dos quais Frida elimina ou elege alguns dos protagonistas.
A quarta seção concentra seus amores. São fotos de seus amigos mais próximos, familiares, alguns de seus amantes e, principalmente, de Diego Rivera, o pintor e muralista mexicano mais importante do século 20, com quem Frida se casou em 1929.
Na quinta seção o público terá acesso ao numeroso arquivo reunido por Frida, fotos relevantes pela qualidade visual, no caso das anônimas, ou em função do valor financeiro, no caso das assinadas por grandes artistas. Há desde cartões de visita do século 19 até retratos realizados por autores de destaque da história da fotografia e amigos pessoais. A sexta e última seção é dedicada às imagens relacionadas às questões políticas.
Frida Kahlo
Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, conhecida como Frida Kahlo, nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyoacan, no México.
Em 1925, aos 18 anos, a vida de Frida mudou de forma trágica. Na época, ela era estudante de Medicina. Frida e o noivo Alejandro Gómez Arias estavam em um ônibus que bateu em um trem. Ela sofreu múltiplas fraturas, fez 35 cirurgias e ficou muito tempo presa em uma cama. Foi nesse período que ela começou a pintar freneticamente.
Frida sempre se autorretratou – as angústias, as vivências, os medos e, principalmente, o amor ao marido, Diego Rivera, que a ajudou Frida a revelar-se como artista.
Em 1939, Frida Kahlo fez sua primeira exposição individual, na galeria de Julien Levy, em Nova York, alcançando sucesso de crítica. Em seguida, seguiu para Paris, onde conheceu Pablo Picasso, Wassily Kandinsky, Marcel Duchamp, Paul Éluard e Max Ernst. O Museu do Louvre adquiriu um dos autorretratos da artista mexicana. Em 1942, Frida e o marido passaram a dar aulas de arte em uma escola recém-aberta na Cidade do México.
Após muitos altos e baixos, como os três abortos e a relação amorosa rodeada por casos extraconjugais dos dois, o estado de saúde de Frida piorou. Em 1950, os médicos diagnosticaram a necessidade de amputação de uma das pernas e ela entrou em depressão. Mesmo assim, a artista continuou a pintar. Uma de suas últimas obras foi “Natureza Morta (Viva a Vida)”.
Serviço
Data: até 30 de novembro de 2014
Horário: terça a domingo, das 10h às 18h
Local: Museu Oscar Niemeyer (Sala 03) – Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico – Curitiba
Ingressos: R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada)
*Menores de 12 anos e maiores de 60 anos não pagam