A trajetória do carioca João José Pereira de Souza, o Raul de Souza, começou aos 16 anos, tocando tuba na Fábrica de tecidos Bangu e trombone em inúmeras gafieiras no Rio. O apelido de Raulzinho lhe foi dado por Ary Barroso em seu programa de calouros.
Em 1957, gravou pela primeira vez com Altamiro Carrilho e a Turma da Gafieira. A dificuldade para sobreviver como músico profissional o levou a ingressar na Força Aérea Brasileira, onde era responsável pela organização da banda da corporação – à noite, se apresentava em casas noturnas curitibanas.
Em 1963, participa da gravação do LP “Você Ainda Não Viu Nada”, de Sérgio Mendes, que fez grande sucesso. Em 1965, grava seu primeiro LP solo, “À Vontade Mesmo”, com participação do baterista Airto Moreira, que conheceu em Curitiba. Em 1973, é convidado para uma turnê pelos EUA com Flora Purim e Airto Moreira e, ali, onde viveria até 1986, lança o LP “Colors”, pelo selo Milestones Records; o aclamado “Sweet Lucy” (1977), “Don’t Ask My Neighbors” (1978) e “Till Tomorrow Comes” (1979).
Desde esse período, vem utilizando uma invenção própria como instrumento: o “Souzabone”, um trombone em dó com quatro pistões (o normal só tem três). No Brasil, lançou o CD Elixir (2005) e “Jazzmim” (2006) – este último gravado em Curitiba com o grupo NaTocaia, que lhe rendeu o prêmio de “Melhor CD Instrumental do Ano” pela revista “Jazz +”. Em 2007, gravou o CD “Bossa Eterna” e, em 2012, o DVD “O universo musical de Raul de Souza”, em comemoração aos seus 60 anos de carreira, que lhe renderia o Prêmio de Música Brasileira.