Com estreia marcada para o dia 16 de maio no Teatro Fernanda Montenegro, em Curitiba, a peça “Um Certo Machão” tem no elenco Luiggi Francesco, Carmen Sanches e Maria Melilo, que fala um pouco sobre o trabalho e seus projetos após ter superado um raríssimo câncer no fígado.
Claudia Cozzella – O espetáculo está em cartaz há quanto tempo? Qual a expectativa para a peça aqui em Curitiba?
MM – A gente fez uma temporada em São Paulo, no Teatro Bibi Ferreira, de janeiro ao fim de março e agora está viajando o Brasil. Eu estou muito feliz! As expectativas são as melhores, porque é o que dizem: depois que as peças vem para Curitiba, dizem que é sucesso em qualquer lugar, né?! (Risos) O pessoal aqui do Paraná vai adorar a peça. É uma comédia, uma peça muito divertida e eu estou bem feliz de estar aqui.
CC – Conta um pouquinho da sua personagem Dra. Mary.
MM – Na peça eu faço duas personagens, mas eu só posso revelar a Dra. Mary. Ela é uma advogada trambiqueira e faz de tudo para se dar bem. Na peça tem o machão que recebe uma herança do tio que só pode ser recebida se ele provar que é 100% gay, então tentam fazer de tudo para desmascará-lo. É aí que a Dra. Mary entra em ação, que envolve a outra personagem que eu não posso revelar senão eu vou estar contando a história toda, mas é bem bacana.
CC – O legal desta peça é que geralmente pede-se em um testamento que o herdeiro se case com alguém do sexo oposto e nesta existe esse pedido excêntrico. Como foi o processo de leitura do roteiro com essa “pegada” mais cômica?
MM – O autor que é o Wilson Coca, já tem muitos anos de teatro, faz muito textos de comédia principalmente. E ele fez essa história que ficou muito bacana e eu adoro fazer a Dra. Mary. Ela tem dupla personalidade, finge que é advogada, mas na verdade não. Só depois a personagem revela quem é de verdade.
CC – Como foi o convite para integrar o elenco de “Um Certo Machão”? A sua veia cômica esta se revelando o seu forte. O seu último trabalho na TV foi no programa do “Casseta e Planeta”, né?
MM – No “Casseta e Planeta” eu estava trabalhando com os “cassetas” em duas temporadas, era muito bacana estar com eles, aprendi muito e agora esta peça que eu tive o convite da produção do teatro, do autor e do diretor também que é o Sebastião Apollonio.
Eu adoro trabalhar com comédia, já me acho uma pessoa naturalmente engraçada. Antes do Big Brother eu já tinha feito outras peças de comédia e acabo sempre caindo nesse lado do humor e eu fico feliz, porque eu gosto de fazer as pessoas darem risada. Uma das coisas que eu mais gosto é trabalhar com o humor. Eu acabo fazendo humor por coincidência.
CC – No finalzinho do ano passado você acabou por conta da sua saúde ajudando muita gente, tanto com relação ao câncer, quanto no consumo de anabolizantes. Como foi todo esse processo de exposição de uma intimidade que acabou sendo o centro de uma discussão muito séria? Você tinha noção do barulho que causaria na mídia?
MM – Eu já vinha a dois anos lutando contra esse câncer, mas até então quem sabia era a minha família. Eu preferi me preservar naquele momento, focar na minha saúde. Os médicos tinham que estudar qual iria ser o tipo de tratamento adequado para o tipo de câncer raríssimo que eu tinha. Eu fiz a cirurgia no ano passado, em novembro, e agora eu já estou bem, já estou recuperada. E eu imaginei sim, que em relação à imprensa ia causar o barulho que causou, porque se trata de um câncer e na época que eu descobri a doença, em 2011, chegou a vazar na imprensa que eu estava doente. Na época eu neguei, porque realmente havia uma preocupação em saber com os médicos do que se tratava a doença.
Depois que a pessoas souberam da doença, no ano passado, eu me senti abraçada pelo Brasil, pelos fãs, pelo carinho. Essa força que acabou ajudando na minha recuperação. Chegaram milhares de mensagens de pessoas doentes que tem câncer, que falam que se espelham em mim e dizem: “Nossa Maria, como você foi forte! Como você foi guerreira. Eu me espelho em você!”. Eu fico feliz em estar ajudando as pessoas.
CC – E você tem alguma outra produção em andamento ou algum projeto para realizar ainda este ano? Após Curitiba a peça segue para onde?
MM – Eu estou lançando um livro agora no final de maio em São Paulo: “Desperte a mulher poderosa que existe em você”. Vai contar um pouco da minha carreira após o Big Brother, conta da minha doença, uma história de superação. É um livro de autoajuda, de autoestima que eu tenho certeza que vai ajudar muita gente.
Para Curitiba eu devo vir para divulgar o livro, mas por enquanto estarei no dia 31 de maio no Shopping Aricanduva em São Paulo. Eu tenho alguns projetos fora a peça e o livro, mas por enquanto eu não posso contar.
A peça segue para o interior de São Paulo e depois a gente volta para uma segunda temporada aqui em Curitiba.