“Godzilla” vai ter uma estreia muito boa no próximo dia 15 de maio nos cinemas e com certeza irá superar a bilheteria do filme “Homem Aranha 2” por conta de sua história e efeitos especiais. O diretor Gareth Edwards, conhecido pelo longa “Monstros”, não poupou seu talento em trazer ao espectador efeitos especiais para caracterizar de forma esplêndida o assustador Godzilla e as criaturas gigantes que apresentam um espetáculo a parte por sua grandeza.
Em 1954, o filme “Godzilla” fazia uma analogia aos mortos pela bomba atômica em 1945, com muito investimento em efeitos especiais. O remake segue esta mesma lógica, trazendo às telas um duelo que oferece ao espectador sentir, entender e curtir o longa. O roteiro conta a história de Joe Brody (Bryan Cranston), que criou o filho sozinho após a morte da esposa Sandra (Juliette Binoche) em um acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam no Japão. Ele nunca aceitou a catástrofe e, quinze anos depois, continua remoendo o acontecido e tentando encontrar alguma explicação. Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), agora adulto, é soldado do exército americano e precisa lutar para salvar a população mundial – e em especial sua família – do gigantesco, inabalável e incrivelmente assustador monstro Godzilla.
Mostrar Gozilla e as gigantescas criaturas deve ter sido o grande desafio de Edwards. Na minha opinião, o diretor conseguiu aliar o roteiro aos efeitos visuais de forma a proporcionar duas criaturas gigantes, mais o monstro Godzilla, de um jeito diferente das comuns que geralmente têm um comportamento acuado, descrente da sua origem. Neste filme, elas são retratadas como seres que interpretam a terra como o seu lar, seu habitat natural e dela se nutrem numa espécie de força terrestre que as mantém vivas. Aos seres humanos, resta apenas se conformar com o risco eminente.
A dúvida advinda por Joe Brody (Bryan Cranston) dá movimento à história, mostrando o passado – dos mortos pela bomba atômica em 1945 – e o presente devastador com a presença de um duelo entre duas criaturas gigantes, manifestado pelo medo de um segredo guardado há anos. A forma como Edwards imprimiu em cena é muito minuciosa e sem o desejo de impactar por impactar. Existe um cuidado nas cenas para que se mostre a concepção do espetaculoso com a história de Gozilla.
Um dos personagens, Daisuke Serizawa (Ken Watanabe), parecia um mangá de histórias japonesas atuando de forma muito caricata: às vezes posava para a tela para exemplificar o sentido dos fatos ou para contar algo que era antigo. A sua assistente também, Dr. Wates (Sally Hawkins), parecia mais perdida que piolho em cabeça de careca. Óbvio! Nem tudo são flores em Hollywood.
Lembra-se de “Jurassic Park”? “Godzilla” faz o resgate dos filmes dos anos 90 de Spielberg, onde aparecem vilões, criaturas que se transformam e se adaptam ao longo da trama, como se a ideia do diretor fosse a de mostrar também o lado que a criatura tem a contar, quase que se igualando ao ser humano. Com certeza quem assistir terá a mesma sensação que eu: de torcer para quem deveria perder.