Com o frio persistente do inverno, muitos curitibanos trocam ambientes abertos e lojas das ruas por locais fechados e climatizados. Com mais de dez shoppings center, a capital paranaense oferece não só opções de compras, mas diversidade de entretenimento e lazer a pessoas de várias idades.
Lígia Barone, redatora e frequentadora de shoppings semanalmente, afirma que o clima é um fator bastante influenciador na escolha do local a se visitar. “Eu acho que shopping acabou virando uma forma de lazer em Curitiba pela questão do clima da cidade, aqui faz muito frio e chove com frequência. Apesar de termos outras opções como museus e teatro, o curitibano criou o hábito de ir ao shopping para se distrair”, diz.
As diferentes opções de lazer dentro dos centros comerciais apareceram tímidas. No início apenas um local de compras. As praças de alimentação foram surgindo, o cinema foi ganhando espaço e atualmente a multiplicidade de eventos são vistos aos montes.
Liana Soifer, gerente de marketing do Shopping São José, afirma que o local atrai cada vez mais o público, pois além de apresentar diversas atividades ainda oferece conforto. “No shopping é possível encontrar entretenimento, além de ser um espaço coberto e com segurança”, diz.
Recentemente uma atividade que ganhou espaço e público foi a pista de patinação no gelo. Atualmente o Park Shopping Barigui oferece aos seus clientes a opção gelada de lazer todos os anos. E em sua 10ª edição, a brincadeira ainda é sucesso. “Os eventos trazem cultura e entretenimento para a cidade. As famílias encontram atrações de qualidade e conteúdo para adultos e crianças em um só espaço e momento”, afirma Natal Coutinho, coordenador de eventos do shopping. Mas a pista de patinação foi ganhando mais adeptos e hoje a Região Metropolitana da cidade já apresenta sua 2ª edição do evento, no Shopping São José.
Outra novidade que chegou na capital foi a Esmalte Machine, uma loja de cosméticos onde a própria cliente monta a cor do seu esmalte. O local oferece uma máquina que cria até 15 mil cores diferentes para colorir as unhas. Neste mesmo ramo, o da estética, é possível encontrar salões de beleza completos e até ambientes especializados em engraxar sapatos masculinos.
Mas muitas pessoas também vão ao shopping apenas para comer. As praças de alimentação vêm se aprimorando ainda mais e restaurantes renomados tomam conta do local. Neste ambiente é possível encontra um fast food para os mais apressados, uma picanha acompanhada de risoto para quem busca algo mais elaborado ou até mesmo um buffet chinês para os exóticos.
História
Em 1966 o Brasil construiu seu primeiro shopping, o Iguatemi,em São Paulo. Quefunciona até hoje na capital paulista. Mas apenas em 1989 os curitibanos receberam seu primeiro centro comercial neste formato. O Shopping Mueller.
Lígia explica como foi a mudança de hábito de sua infância para os dias atuais. “Frequentei lojas, cinemas e salões de beleza que ficavam nas ruas. Me lembro que era um hábito comum entre os curitibanos, pois havia poucos shoppings grandes. Acredito que a centralização de serviços, a facilidade para estacionar o carro e até a segurança fez com que, não apenas eu, mas muitos consumidores escolhessem ir ao shopping e deixassem os espaços abertos e lojas de ruas”, diz.
Mas a troca não é unânime. Joana Darc Rahuam, psicóloga, comenta que cresceu em cidade pequena e que não tem este costume até hoje, mais de 20 anos depoisem Curitiba. Paraela, caminhar e andar no calçadão da cidade é essencial para uma boa compra. “Eu gosto disso, de ver pessoas diferentes, aquela movimentação na rua. Não me sinto insegura de andar na calçada”, afirma.