A partir de hoje – em parceria com o RIC Mais – além de polêmicas, informações curiosas e de grupos “sem voz” passo a comentar espetáculos e a divulgar notícias de interesse prático a vocês, que pretendem usufruir da melhor forma do Festival de Teatro de Curitiba. Agradeço à Assessoria de Imprensa formada por Alessandro Martins, Adriane Perin, Mira Graçano, Andre Nunes e Michelle Thomé, coordenados por Sérgio Wesley. Sempre muito profissionais.
Vamos lá, então. Bem-vindos ao volumoso Festival de Curitiba.
Primeiramente, algumas explicações:
O chamado Festival é composto pelos espetáculos e eventos que integram, oficialmente, uma reflexão sobre o Teatro contemporâneo: Mostra 2015, Mostra de Dramatuirgia do SESI-Teatro Guaíra, Mostras Especiais, Eventos Especiais (palestras, debates e cursos) e o Guritiba (Mostra de Teatro Para Crianças). A parte mais volumosa, chamada Fringe (ou “franja”) é composto por espetáculos e eventos inscritos pelos produtores. Ou seja, não selecionados por uma curadoria.
Mas não se enganem: o Fringe (que se divide em Comédia, Drama, Experimental, Dança, Música e Musical e Teatro de Rua ), é formado por companhias profissionais ou semi e já trouxe muita coisa até superior ao Festival. Exemplos são peças dos diretores Felipe Hirsch e Márcio Abreu, dos Grupos XV de Teatro e Espanca, só para citar alguns. É que todo Festival tem um limite de espetáculos e. é claro, muita coisa boa fica de fora.
PARA ACHAR ESPETÁCULOS DE QUALIDADE
Não vou falar aqui de gênero e de preferências, cada um tem o seu, mas sim de qualidade técnica. Assim, a primeira dica para achar um espetáculo dito “de qualidade” é: anotem o nome e “dá-lhe Google”; procurem pelos prêmios internacionais, nacionais e locais (APCA, Mambembe, Shell Rio e Shell São Paulo, Gralha Azul) e verifiquem se o espetáculo ou componentes dele foram indicados em alguma categoria.
Também podem procurar por Festivais importantes e recentes no país: se o espetáculo participou, deve ter sido selecionado. Se foi selecionado, deve ter qualidade. Também por críticas em jornais ou revistas que vocês julguem ser de qualidade.
Caso não encontrem, procurem pelo nome do espetáculo, do grupo ou do diretor. Poderão encontrar sites que mostrem a qualidade da produção e links para trechos gravados do espetáculo.
Perigo! Há espetáculos com o mesmo nome mas realizados por grupos diferentes. Não comprem gato por lebre.
TEATRO-ARTE OU ENTRETENIMENTO?
Participam do Fringe espetáculos de todos os tipos, inclusive os de entretenimento (cujo foco principal é divertir – fazer rir, emocionar ou contar uma boa história). Esses dificilmente participam de festivais artísticos ou muitas vezes não são “agraciados pela crítica”.
Primeiro, leiam atentamente os releases. Release não diz muita coisa, mas ajuda a comparar. Como ele pode ser lindo e de boas intenções e propagandas o inferninho está cheio, vale o mesmo: procurem no youtube, no Facebook (teclemFestival de Curitiba ou Fringe e encontrarão muitas coisas). Ah, sim, uma dica preciosa: pessoas de teatro, em geral, são simpáticas e, se vocês acharem o site, a página do Facebook, até o nome de um integrante do elenco, podem fazer contato direto para saber informações. Inclusive, neste caso, podem até negociar algum tipo de desconto para grupos.
Procurem, também, no Guia Oficial, pelos espaços cênicos em sua região: é comum, durante o Festival de Curitiba, surgirem vários novos espaços. Na dúvida, prestigiem os de seu bairro ou próximos a ele. Estarão ajudando a descentralizar a cultura e, de quebra, vai que vocês acabam fazendo um curso por lá?
DICAS DE SOBREVIVÊNCIA
1- Não confiem no Guia Oficial impresso.Ele é bonito, gostoso de ler e está fácil localizar as peças. Mas, por vários motivos, contém erros de data, local, horário e duração de espetáculos ; além disso, vocês nunca saberão se a peça foi cancelada ou se há sessões extras. Façam certo: anotem as preferidas e vão ao site festivaldecuritiba.com.br. Se já compraram os ingressos, aconselho consultarem o site do FTC novamente até 2 horas antes do espetáculo. Seguro morreu de veio.
3- Como teatro é arte do aqui-agora e depende do espaço físico, melhor ligar e saber sobre a estrutura do local e da peça: se senta-se no chão ou se há cadeiras, se a peça é daquelas em que você se desloca, se há acesso para idosos ou deficientes, se há poltronas numeradas e se não dá para sair durante o espetáculo. Ah, e se o espetáculo começa rigorosamente na hora. Já vi muita gente esmurrando a porta do teatro.
4- Certifiquem-se do endereço, se há estacionamento próximo e se há convênio. Confirmem a duração do espetáculo (sempre acrescente 15 minutos para um possível atraso. Afinal, é um Festival).
5- Ah, comprem o ingresso. Para tentar na hora, só ligando antes. E levem os documentos.
SOBRE CURSOS E PALESTRAS
No Guia Oficial e no site existem vários, nos Evento Especiais. Mas, como se inscrever? A melhor resposta foi a de um jornalista da produção do FTC: “os cursos e as palestras – geralmente integrantes de Mostras – não são promovidos pelo FTC, mas pelos grupos. Assim, façam contato diretamente com os mesmos”. E, gente, tem curso que, pelo Guia, dura 50 minutos, mas na verdade dura 3 horas.
Por hoje é isso. Se tem dúvidas e curiosidades sobre Teatro, atuação ao vivo e para câmera, clown, expressão, locução, oratória e bichos semelhantes, falem comigo. Se não souber, indico quem saiba. Me procurem no Facebook! Sou de Teatro, sou simpático.